O sol estava quente, mas não o suficiente para me deixar desconfortável desejando uma sombra para me proteger. Os pássaros cantando uma melodia tão linda, que me levava á querer ouvir o dia todo. Penso como seria se não existisse tudo isso. Como é capaz o ser humano destruir algo tão natural e belo, o que seria de nós sem a natureza?!
Sinto um vento frio junto ao assobio em meus ouvidos.
— Onde eu estou? O que está acontecendo? — ao meu lado, acomodada na terra imunda, estava Jennifer Lawrence, completamente apagada e pude notar alguns pequenos arranhões em seu rosto um tanto quanto pálido. Mesmo com a preocupação tomando conta de mim, eu estava um pouco confortável por ver minha melhor amiga aqui comigo. — Jenni acorda — posicionei minhas mãos sobre seu ombro esquerdo e a sacudi, vendo seu corpo inconsciente balançar, aguardando alguma reação sua. — Por favor, não me deixe aqui sozinha. Não tenho ideia de como viemos parar aqui.
Ela abriu os olhos azuis e perdida levou seu olhar para os lados tentando conseguir determinar seu paradeiro. Seu olhar atordoado parou em mim. — Onde é que estamos? — Ela piscou e por um instante pude perceber um alívio em me ver, mas rapidamente desapareceu. — Cara, você está bem? Está machucada? — ela disse levando suas mãos gélidas ao meu rosto a procura de ferimentos.
— Eu estou bem. Como você está? Está com o rosto arranhado — ela assentiu e se ergueu, me dando a sua mão para que eu ficasse de pé também. Começamos a bater as mãos nas roupas para tentar tirar um pouco da terra de nossas vestes.
Começamos olhar em nossa volta em busca de encontrar um paradeiro e nos abrigar, não podemos permanecer aqui paradas sem saber onde estamos. Quando resolvemos andar consegui ver um muro tão grande e cinza que mal dava para ver onde terminava ou dava seu início. Somente consegui reparar que nele havia um portão muito alto, quase na altura dos muros, de aço com uma cor negra como carvão.
— Achei Jenni — disse com entusiasmo e rapidez nas palavras, sem nem mesmo me entender — Talvez tenha alguém lá para nos dizer que lugar é esse e até, alguém que saiba nos dizer como chegamos aqui.
— Espero que esteja certa. Estou com fome — Jennifer colocou a mão em sua barriga — e a sede está acabando comigo. A gente tem que encontrar alguém!
Chegando mais próximas ao muro e podemos notar algumas rachaduras e um portão velho de madeira com a aparência de ter sofrido alguns choques. Talvez uma guerra. Meu cérebro tá imaginando tanta coisa que eu realmente sei que é desnecessário. Chegando perto ao portão, pude ver uma pequena abertura.
— Cara, olha o portão. Tem uma abertura, acho que dá para passarmos — antes mesmo que eu falasse sobre a abertura, ela disse passando em minha frente.
— Calma, me espera. Temos que ter cuidado, não sabemos o que tem por trás dos muros.
Por fim chegamos ao grande portão, sem hesitar passei e logo depois Jennifer me seguiu, segurando minha mão. Seu toque era gelado e trêmulo, eu não estava sentindo frio e não sei se posso responder por ela também, por vez estivesse e eu não teria nem sequer reparado ou seu medo era tão grande a ponto de tremer. Logo retornei a pensar sobre o que estaria nos esperando, vi um pouco mais á frente, mas não tão longe ruas sujas, luzes de prédios em luzes neons, coloridas. Por um breve instante mirei e contei os segundos que cada cor demorava para trocar por outra. As ruas frias e escuras me causaram um frio em minha espinha, me levando a ficar arrepiada.
Um toque de mão gelada veio ao meu braço, era a mão da Jennifer segurando a minha a poucos segundos.
— Olha ali — Jennifer apontou para o que parecia uma pessoa andando um pouco devagar. Usava um grande sobretudo preto e um chapéu na mesma tonalidade, não pude ver se usava sapatos ou se era um homem ou uma mulher — Vai até lá falar com ele, certeza que vai nos ajudar. Vou ficar aqui te esperando.
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24° Apocalipse
Science FictionApós acordar em um lugar desconhecido, Cara se vê disposta a entender o porque de seu paradeiro até então desconhecido e novo, ter tantas pessoas estranhas nas ruas.