Ainda deitado na cama naquele lugar que não tinha nada de familiar para mim, ouvi o rangido da porta velha de madeira do quarto ao abrir. Virei para a parede o mais rápido que pude e desejei que aqueles estranhos não tenham me visto acordado. Posso ver a sombra deles na parede, já que a única luz no quarto é a que vem do que eu acho que é um corredor, além da janela. Eles me observaram por um tempo e eu os observei de volta, pelas sombras. Eles estavam abraçados, ela com a cabeça em seu ombro e ele fazendo carinho em seus cabelos ruivos como o do garoto que vi no espelho. Essa cena me fez pensar mais ainda em Louis, meu Louis... Eu costumava o abraçar desse jeito, desde que fiquei maior do que ele. Ele odeia isso de vez em quando, mas eu amo ele ser menor. Amo me sentir apto a protegê-lo, a cuidar sempre dele.
Depois de algum tempo pensando em Louis acabei lembrando da nossa regra dos três segundos: você tem três segundos para decidir se faz ou não alguma coisa. Foi assim nosso primeiro beijo. A regra é dele, ele me beijou. Disse que não precisava nem de um segundo para decidir, era o que realmente queria.
A mulher ruiva e baixinha perto da porta se afastou do homem mais alto e barrigudo, colocou as mãos no rosto e disse baixinho: "Não outra vez, os remédios não, não as injeções... Ele dorme por dias, ele quase morrem sem comer e beber... Não podemos...". Minha pele de repente se tornou mais fria do que uma pedra de gelo. Eu precisava sair dali agora. Agora! Dei um pulo da cama e corri para perto da janela. O homem barrigudo e careca estava chegando devagar perto de mim, e eu olhava pela janela.
- Barney... Não torne tudo mais difícil do que já é... - Disse o homem mostrando as duas mãos limpas, sem nenhuma medicação.
- Barney? Eu sou Harry! Harry! Me ouviu bem? - Gritei o mais alto que pude, e a cada grito meu a mulher ruiva dava um pulinho de susto. Eu percebi que até minha voz parecia diferente...
- Filho, você está doente, você precisa de tratamento. Querido... Por favor... Da última vez te encontramos na rua, perdido, chamando um tal de Louis que não existe.
- Louis? Onde ele está? O que vocês fizeram com ele?!
- Querido... Não existe Louis nenhum.
Eu olhei pela janela e contei até três. Pulei. Por que não? Eu não sabia quem eram aquelas pessoas, só sabia que Louis era real. Louis é real. Não sou louco, não sou! Ele estava comigo e vou encontrá-lo! A queda não foi tão ruim, apenas machuquei minha perna, mas nada muito grave. Estava acostumado a pular pela janela da casa dele de madrugada...
Corri o mais rápido que pude, mas comecei a me sentir fraco. Lembrei o que ouvi na casa, que passara vários dias sem comer nem beber nada. Entrei num bosque ou algo assim que vi pelo caminho, não podia confiar em mais nada já que estava prestes a desmaiar. Aconteceu.
Nota: Bom, a história pode ser bem confusa, mas eu espero que esteja legal. Comentem pra dar uma força, ok? É bem importante. E estou cheia de ideias, vocês vão sofrer muito.
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The Lost Boy
Fanfiction"I've seen death and mass destruction But I'm telling you and I hope that I am heard I will not be commanded I will not be controlled I will not let my future go on, without the help of my soul" The Lost Boy, Greg Holden. Após se ver sozinho em um l...