Capítulo 40

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POV Ban

—Ban! — uma voz gritou.

Eu estava exatamente na porta de casa, nem um milímetro pra fora e nem um milímetro pra dentro. O meio exato que dividia a segurança residencial e a minha liberdade perigosa e atraente. Ok, talvez eu esteja sendo um pouco dramático demais pelo simples fato de que hoje é dia de fut, mas meu pai não poderia ter deixado pra me chamar, tipo assim, quando eu estivesse a no mínimo três esquinas de distância de casa?

—Sou eu — mas queria não ser. Me virei na direção de casa.

—Leva a sua irmã no parquinho — meu pai ordenou. Aquilo estava ficando chato já. Todo dia é essa palhaçada de levar irmã de um lado pro outro. Se eles iam me botar pra tomar conta, deviam ter pensado duas vezes antes de ter mais filhos.

—Pai, hoje não posso. Tenho jogo de futebol.

—Pois eu deixei de saber — ele me encarou com cara de quem realmente não dava a mínima. Suspirei.

—Eu estou de saída, já avisei a mãe. Hoje eu realmente não posso levar ela, pai. Eu sempre levo, mas hoje...

—Ban-nii! — Robbie veio correndo e pulou nas minhas pernas — Ban-nii vai levar a Robbie no parquinho?

—Não, meu bombonzinho — beijei a testa dela — o pai vai te levar hoje.

—Ban, não me desobedeça — ele fez uma careta pra mim. Nesse momento de provação, minha querida e linda mãezinha entrou na sala.

—O que está havendo? — ela perguntou com olhos acusadores na minha direção.

—Mãezinha, estou indo jogar com meus amigos — corri pra ela e deixei um beijo estalado em uma de suas bochechas — a gente se vê mais tarde! Te amo! Tchau Robbie!

E dizendo essas sábias e selecionadas palavras, eu corri porta a fora como se estivesse sendo perseguido por uma manada feroz de tigres avatares com coqueluche. Não me leve a mal, eu adoro a minha irmã, mas chega um momento que um cara precisa ter sua própria privacidade. Sempre acabo sendo escalado pra levar Robbie no parquinho durante a semana, aos sábados, aos feriados e domingos também. Isso sem contar quando preciso ficar de babá das minhas duas irmãs quando meus pais saem e das vezes em que tenho que ajudar as duas com o dever de casa. E o grande Ban fica como? No escanteio.

Eu gosto muito delas (talvez nem tanto da Mei), mas é meio chato ter que ficar assumindo a responsabilidade por tudo só porque sou o filho mais velho. Quero dizer, se a Robbie se machuca no parquinho de quem é a culpa? Exato. Se ela não faz o dever de casa, quem leva a bronca? Sim. É uma droga ser responsável por coisas que não são de fato minha responsabilidade. Eu nem sou uma pessoa responsável pra começo de conversa.

Depois de andar algumas ruas, bati na porta da casa de Meliodas. Estava eu esperando minha preciosa – e pequenina – loira do tchan vir atender, mas o que saiu de lá foi nada mais e nada menos que a minha preciosa – e bombada – loira do tchan. Meliodas estava alto, extremamente musculoso e com um lindo maxilar de fazer inveja.

—Pikachu! — exclamei emocionado — eu sabia que você ia evoluir!

Meliodas me encarou por alguns segundos e fez uma careta.

—Quem é você?

—Capitão, para de fazer a egípcia. Você sabe muito bem quem sou eu — o olhei com desdém — só porque você ficou maromba agora tá fingindo desconhecimento? Mas era só o que me faltava! Mas diz aí, o que botaram na sua ração?

—O que?

—Já sei! — bati as palmas das mãos — você roubou o paranauê do Steve Rogers!

Minhas CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora