Por um momento a minha mente pareceu girar totalmente. Minha cabeça ia para frente e para trás e eu não sentia nenhum apoio nas minhas costas, mas também não sentia um vento no corpo como se estivesse caindo. Me sentia parada no meio do nada, com uma tontura filha da puta.
Meus olhos estavam pesados e eu coloquei a mão sobre eles, uma luz forte me cegava e agora eu sentia o calor da luz solar por todo a minha pele. Lentamente a sensação de grama abaixo de mim foi surgindo e então uma sombra passou sobre mim. Abri os olhos devagar e notei que era uma nuvem enorme e clara. Minha visão rodou e se já não estivesse deitada teria caído de cara no chão.
Respirando com dificuldade, me sentei e notei uma árvore ao lado, era grande e majestosa, porém a única. Sua copa era alta e suas folhas tinham o tamanho do tampo de uma mesa para quatro pessoas, como a lá de casa. Suas frutas eram vermelhas arroxeadas e pareciam deliciosas, algumas tinham até um toque meio laranjado. Romã? Uma árvore muito incomum para dar Romã. Elas geralmente são bem pequenas e magras, essa era alta e imponente, mas solitária. Não entendi ao certo, era uma árvore, por que eu me sentia como se fosse eu? Sozinha no meio do nada?
Quando a luz solar voltou a machucar meus olhos e a esquentar minha pele, levantei o mais depressa que minha mente ainda tonta permitiu e corri para debaixo da árvore. Ali estava fresco, fresco como ar condicionado. De repente estava um pouco frio, mas a alguns passos estava a luz do sol e eu não voltaria lá.
Notei que eu estava apenas com a minha camisa mais longa, sem bermuda ou calça jeans, descalça e com os cabelos soltos. Esfreguei os braços e decidi que ir testar o sol não seria ruim, mas assim que dei um passo em direção, uma Leoa em cor de trigo apareceu e seus olhos fincaram-se em mim.
Puta merda. Olhei em volta e tudo era grama até se perder de vista, nenhum arbusto, nenhuma florzinha nascendo, atrás de mim apenas aquela árvore enorme com romãs caídos em volta e uma sombra gelada o suficiente para começar a me fazer tremer e esfregar um pé sobre o outro.
— Não tenha medo. — uma voz de mulher madura disse em alto em bom som.
— Quem está ai? — olhei rapidamente para trás, se havia alguém do outro lado da árvore, eu avisaria para ficar lá, a Leoa podia ser brava e atacar a nós duas. — Onde você está? Fiquei ai, não saia, se estiver atrás da árvore.
— Eu estou na sua frente. — meus olhos se pregaram na Leoa e vaguearam a sua volta. Não havia ninguém.
— Isso é só um so...
— Não diga isso. — um rosnado atravessou o silêncio do farfalhar das árvores. — Se disser, nossa conversa acaba aqui.
— É você que está falando? — a Leoa maneou a cabeça de cima a baixo, meio girando, e então sentou-se abaixo do sol. — Não está quente ai? Venha para a sombra.
— Não posso. — ela lambeu o focinho. — Se eu for, o controle é meu.
— E se eu for para o sol? — perguntei, me sentando na ponta da sombra, o mais próximo possível. — O que acontece se eu for para onde você está?
— Você tem coragem e força o suficiente para ter o controle? — ela bocejou longamente.
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Wild Heart | Liam Payne fanfiction
Novela JuvenilDonna Cody e Liam Payne vivem em um novo mundo onde o genes humano evoluiu. Com essa evolução, uma certa lenda começa a fazer sentido. Os animais se juntaram distintamente em tempos remotos e reencarnam dentro dos humanos, tendo 17 anos para encontr...