Prólogo

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— Como você pôde fazer isto comigo? Me envergonhou na frente de todos, fiquei como um bobo. Nunca imaginei que poderia beijar outro homem na minha frente e perto de meus amigos — disse Jack decepcionado.
— Você não passa de um pobre, não pode dar o que eu quero — disse Kelly.
— O meu amor não é suficiente?
— Do que adianta esse miserável amor se não pode me dar o luxo que eu mereço? Sou linda e quero alguém que não manche minha imagem. Não sei onde estava com a cabeça quando comecei namorar você.
— Eu que não sei onde estava com a cabeça quando não ouvi os conselhos de meus amigos a seu respeito. Antes você era uma garota sem arrogância, por isso começou namorar comigo.
— Você disse certo "eu era", mas agora meus pais possuem uma grande empresa de moda e eu vejo como vocês pobres são um lixo.
— Somos iguais, não temos a mesma aparência, mas meu coração bate como o seu e como o de todos e quando morrermos vamos para o mesmo local, nada de nós restará, por isso devemos aproveitar nossas vidas sem ignorância. Temos que ser tratados todos iguais, sem nos importarmos com a condição financeira. Pensando bem, eu sei onde estava com a cabeça quando não ouvi os conselhos de meus amigos, estava pensando no amor que sinto por você, ele tapou meus olhos e não me deixou ver quem você realmente é.
— Tudo bem, cansei de ouvir este discurso, no qual você não para de se lamentar. Quero dizer que está tudo acabado.
— Deveria ao menos pedir desculpa, não acha?
Kelly não pediu desculpa e deu sua aliança a Jack dizendo: "Fica com isso, não serve para nada, é apenas uma aliança barata que você mesmo disse que à achou na rua." — disse dando às costas.
Jack havia achado a aliança na rua mas deu a Kelly de todo o seu coração. Não tinha condições de comprar uma aliança melhor, mas aquela estava em bom estado.
Jack também virou as costas e de cabeça baixa andou até um bar. Estava tão angustiado que bebeu como nunca tinha bebido.
De madrugada saiu perambulando pelas ruas e jogou as alianças de compromisso em uma lata de lixo. Afinal não serviam para nada, já que nunca poderiam voltar e eram alianças de pouco custo que não poderiam ser vendidas.
Enquanto Jack andava a pé na calçada, Kelly passou de carro se divertindo com as amigas como se nada tivesse acontecido. Rindo dele jogou algumas lembrancinhas e uma rosa vermelha que Jack havia dado. Com o carro passou sobre a rosa e saiu dando risada. Jack deu tal presente a Kelly no dia dos namorados.
A rosa, Jack tinha recebido de sua mãe, para que ele lembrasse dela após ir para o interior trabalhar em uma banca. Alguns meses depois sua mãe morreu de uma doença sem cura para algumas pessoas "o câncer", ela escondia de Jack sobre a doença, e somente o marido dela sabia, por isso aconselhou seu filho a morar em outra cidade, assim ele sofreria menos, pois não veria o que ela estava passando. Mas a mentira durou pouco e com sua morte a rosa foi o que restou e era o que ele poderia dar a Kelly de mais valioso.
Mas ela não se importava, achava que por ter boa condição de vida podia humilhar as pessoas.
Com mais tristeza e angústia, Jack continuou andando sem saber para onde ir e que rumo tomar.

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