Capítulo 134

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R A F A E L G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— Nossa, tu tá péssimo. — LP faz uma careta entrando na boca. — O que tá pegando em?

— O que tu acha? — dou uma tragada no beck.

— Pra tu tá fumando um logo cedo, brigou com a Solange foi? — assinto. — Foi por causa daquela parada que o Pedrinho soltou no churrasco?

— É tio, descobri que a patroa dela estava em cirurgia. — falo bolado. — E tu acredita que quando ela chegou ontem ela veio pagando de sonsa pro meu lado? — nego com a cabeça. — A briga foi feia meu parceiro, até deixei escapar uma parada mo nada a ver que na hora da treta eu nem me liguei. — suspiro.

— O que tu soltou Rafael?

— Pô. — coço minha cabeça. — Duvidei do que ela sente por mim.

— Vacilou feio Russo.

— Mas ela também duvidou de mim tio. — bufo. — Tu sabe como eu sou LP, jamais iria arrumar briga com ela se ela tivesse me contado a verdade. Ela duvidou da forma como eu iria tratar ela, e isso me deixou bolado pra caralho mano.

— Nesse caso, os dois vacilou feio.

— Bora mudar de assunto vai. — apago o beck. — Vou lá botar pressão no Titto.

— Deixa ele em paz um dia Russo, tu tá metendo a surra nele desde quando pegou ele. O cara é humano porra, da um dia de paz aí tio.

— Ele é inimigo porra. — LP nega com a cabeça.

— Teu pai mandou tu não ir lá hoje.

Bufo frustado, nem sei porque meu pai passou essa porra pro meu comando sendo que ele ainda quer mandar no que eu tenho que fazer.

É de fuder mermão, é de fuder!

(...)

Tinha acabado de por os pés em casa, tava mortão do dia corrido que foi hoje tentando o máximo não pensar na briga que eu tive com a loira ontem.

Meu radinho toca e eu puxo o mesmo da cintura e levo até a boca.

— Que porra tá pegando tio? — pergunto ao ouvir troca de tiros.

— Chefe corre pra cá mano, os cara do Tucano tão invadindo o morro tio.

— Puta que me pariu, já to indo.

Subo correndo pro quarto pegando um colete e pondo o mesmo, pego um fuzil e atravesso o mesmo na minha costa.

Pipoca tava toda eufórica com a troca de tiros que estava rolando, tranquei a mesma no quarto e sai de casa que nem o flash vendo que o LP já me esperava em sua moto com mais de dez soldados atrás dele.

Monto na garupa do LP e ele acelera a moto até a barreira, parando em um beco onde não havia ninguém.

— Mete bala na cabeça sem dó!

Ajeito meu fuzil em mãos e o bagulho esquenta, tendo troca de tiros pra todos os lados.

(...)

As seis e dez em ponto, os cara do Acari recuaram me fazendo estranhar a situação.

— Tem algo de errado nessa porra Russo. — LP fala se aproximando de mim. — Eles recuaram e nem estavam tentando procurar o teu pai ou você.

— O que esse filho da puta do Tucano tá aprontando em?

— Russo. — Pedrinho fala ofegante. — Teu pai tá te chamando, tá falando que é urgente.

Franzo o cenho mas subo até a casa do meu pai que não era muito longe de onde estávamos, LP vem logo atrás de mim.

Assim que colocamos os pés dentro da casa do meu velho, arqueio a sobrancelha vendo a Rita chorando e a Yas abraçada com a Emma.

— O que tá pegando?

— Tucano pegou a Solange, Russo. — meu pai responde.

— Tá me zoando né? — pergunto nervoso e meu pai nega. — Como..

Agora tudo faz sentido, essa invasão foi uma puta de uma distração pra ele pegar a minha loira.

— Filho da puta. — vocifero chutando a parede com força. — É hoje que eu mato o Felippe se ele não abrir a porra da boca dele. — Yasmin me encara com os olhos arregalados.

Sublime Amor [M] ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora