PECADOS - Contos Eróticos

ELEANOR

- Definitivamente o destino é uma cafetina v.a.d.i.a que joga strip poker apostando com nossas vidas!

Acham que estou exagerando?

Não são vocês que estão trajando suas melhores roupas, tipo executiva fodona, em frente à fachada espelhada do mais luxuoso hotel do país enquanto tomam coragem para enfrentar uma reunião decisiva - não estou falando no bom sentido - para a carreira e que jogará no olho do furacão da própria vida pessoal.

Nem em meus piores pesadelos poderia imaginar os acontecimentos dos últimos meses. Primeiro meu escritório foi escolhido responsável por auditar um grande escândalo de desvio de investimentos, me colocando responsável pela equipe de investigação. Depois fui humilhantemente chantageada para manipular os resultados levantados e entregar relatórios falsos, encobrindo o verdadeiro criminoso.

Mas, como diz o ditado, aqui se planta... Aqui se colhe. Avanço para a recepção do prédio apresentando minhas credenciais para solicitar liberação para participar da reunião que acontecerá na cobertura, usada para sala de reuniões e escritório.

- Boa tarde, sou Eleanor Parker, da empresa Edwards, Parker & Green Auditorias, tenho uma reunião agendada com o senhor Thomas Morgan e a diretoria do hotel.

- Pois não senhora Parker. Basta pegar o elevador do hall e selecionar o último andar.

- Senhorita, é senhorita Parker. - Digo baixo enquanto acelero em direção aos elevadores.

Dou sorte de encontrar a porta da caixa metálica ainda aberta, abarrotada de engravatados. Porém, com os sentidos em alerta, percebo que alguém no espaço exala uma fragrância exclusiva que me deixa atordoada, com torrentes de memórias invadindo minha mente.

- V.a.d.i.a! Cafetina vadia! - Resmungo. Ele está aqui. Bem atrás de mim.

- Bom dia ex-esposa! - Thomas sussurra e toca sutilmente a curva do meu pescoço com as pontas dos dedos.

- Bom dia ex-marido! - Olho por sobre os ombros para vislumbrar um terno perfeitamente cortado e o sorriso presunçoso do grande amor da minha vida.

Ele aproxima o nariz da minha nuca aspirando sutilmente - sem despertar a curiosidade das demais pessoas dentro do elevador - e consegue mais uma vez causar um estremecimento por todo o meu corpo.

- Então chegou o grande dia? - Deposita a palma da mão em minha cintura e aperta levemente me puxando para trás. - Veio apresentar provas inexistentes contra minha gestão da rede de hotéis?

A outra mão corre pela lateral da minha saia e, dando a entender que vai confidenciar algo em meu ouvido, ele insinua a palma flamejante por baixo da peça. Procura, sutilmente, meu centro já úmido.

- Quem não deve, não teme Senhor Morgan! A auditoria vai comprovar apenas o que o senhor já sabe. Que é um péssimo administrador! - Digo, apenas para irritá-lo. E ganho em resposta o enrijecimento de todo seu corpo e a invasão brusca da minha boceta com seu dedo.

- Não irrite o diabo, senhora Morgan. - Lambe o dedo molhado e, graças aos céus, somos interrompidos pelo barulho do elevador parando no nosso andar.

- Senhorita, é senhorita Parker. - Sorrio de implicância e saio do espaço confinado, avançando em direção à sala de reuniões que aparentemente ainda está vazia.

Thomas entra logo atrás de mim e fecha a porta da sala bruscamente.

- Ellie, você ainda é minha mulher, independente do que dizem aqueles malditos papéis de divórcio.

- Não sou absolutamente nada sua, senhor Morgan. O que tivemos foi desperdiçado e negligenciado pelo senhor por longos três anos. Nesses últimos quatro anos eu não sou de ninguém. - Que você conheça Tommy - E o senhor trabalhou com maestria para que eu chegasse a essa conclusão.