Capítulo 171

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R A F A E L G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— Rafael, para onde estamos indo? — pergunta quando passo pela barreira do morro.

— Para o hospital. — ela arqueia a sobrancelha. — Não se faça de sonsa Solange, está na cara que você está grávida.

— Mas todos..

— Eu sei que todos os testes deram negativos, mas eles são de farmácia e nem todos são cem por cento confiáveis. Por isso vamos ao médico, só pra ter certeza do que é óbvio.

— Não quero me precipitar. — suspira. — Estou com medo de criar expectativas e depois me decepcionar se eu não estiver grávida.

— Loira. — levo minha mão até a sua perna e a aperto de leve. — Se não for agora, uma hora essa cria vem pô.

— Mas eu quero estar grávida.

— Nada é como a gente quer e tu sabe, se fosse assim nada do que rolou contigo iria ter acontecido porque eu queria que não tivesse rolado. Mas a vida não é assim não pô, a gente tem que dar graças a Deus por tudo o que temos, é meu desejo ser pai dos teus filhos? Claro que é tio, mas se não for da vontade de Deus e das gozada que dei dentro de você, não será agora que esse bebê vem.

— Você tem razão.

— Eu sempre tenho. — falo convicto e ouço a sua risada o que me faz sorrir.

(...)

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

— Eu vou quebrar a cara daquela atrevida se ela não parar de te encarar. — rosna e eu rio.

— Todas gamam no pai aqui. — Solange me encara séria me fazendo rir mais ainda. — Te amo pô, não me interesso por ninguém além de tu. — dou um selinho em seus lábios.

— Solange Aguirre.

— Te espero aqui. — a loira assente e caminha em direção a enfermeira.

Sinto um celular vibrar no bolso da calça social que eu usava, tiro o mesmo dali vendo que era o celular da loira, olho pelo ecrã e estreito os olhos para a mensagem em anônimo que ela estava recebendo.

"Seu fim está próximo querida, até breve."

Fico todo paranoico com essa porra, mil e uma paradas se passa pela minha cabeça, se for aquele filho da puta do Tucano eu juro que quando eu encontrar esse filho da puta, eu mato ele.

Em alguns minutos a loira volta para a sala de espera e se senta ao meu lado, percebendo o quão tenso eu estava.

— Aconteceu alguma coisa?

— Quando tu ia me contar que está recebendo mensagens em anônimo? — ela arregala os olhos, e solta um suspiro em seguida.

— Eu não ia contar. — diz baixo e eu respiro fundo.

— E aquele papo de confiar em mim pra tu me contar as parada toda?

— Eu só não queria te preocupar, estávamos tão bem que eu não queria colocar isso no meio de nós dois.

Seguro seu rosto com as minhas mãos e encaro aqueles olhos azuis.

— Tu tá sendo ameaçada tio, eu me preocupo contigo a todo momento. Sempre que to lá na boca eu fico me perguntando se tu tá bem tá ligado? Tu deveria ter me contado, não quero que o pior aconteça de novo.

— Me desculpa. — assinto e grudo nossos lábios em um beijo calmo.

Somos interrompidos durante o beijo quando uma enfermeira vem chamar a Solange para ir até a sala do médico, levantamos do banco e fomos andando de mãos dadas até o consultório.

— Sentem, por favor. — aponta para as cadeiras e nos acomodamos nelas. — Você vem sentindo enjoos com frequência Solange?

— Sim.

— Mudança de humor repentina?

— É o que ela mais teve nesse último mês.

— Certo. — digita algo no computador. — Bom..

— Eu estou grávida? — vejo uma pitada de esperança surgir na sua fala.

O médico fica em silêncio por algum tempo, o que tirou um pouco das minhas esperanças de ser pai.

— Parabéns papais, você está grávida de um mês.

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