𝙿𝚒𝚕𝚘𝚝 ✰

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                              Jimin

O dia não está tão agradável, o clima não está bom e o meu humor também não. Normalmente eu seguiria a minha vida com um sorriso no rosto, mas hoje não dá para disfarçar o que estou sentindo e uau...geralmente sou animado.

    Mamãe não está tão bem quanto antes, ela anda muito doente e teimosa como é, não toma remédio. Papai já fez de tudo pra convencer ela que o remédio iria ajudá-la, minha mãe tem imunidade baixa e qualquer coisa já está doente.

    As vezes eu me sinto inútil por não poder ajudar, quando não estou sufocado com os estudos, estou fazendo  meio turno em uma lojinha de conveniência. Trabalhar faz eu não me sentir um peso morto para os meus pais, eles dizem q é bobagem e que conseguem me sustentar sem eu precisar trabalhar.

     — Yeonwoo, vem tomar o remédio!—meu pai grita em busca de resposta.— Por favor, tem como a senhorita dar um sinal de vida?

     — Socorro, pra que gritar garoto?— ela vem com o maior sorriso no rosto, mas logo muda de expressão ao ver o remédio— Credo, esse é muito ruim...não vou tomar não.

     — Mãe, você tem que tomar...

     — Você é outro chato sabia? Puxou para seu pai, Deus o que eu fiz para merecer esses dois?— diz brincalhona fazendo meu pai soltar uma gargalhada gostosa.

     — Tá muito engraçadinha, vem aqui tomar o remédio que eu te dou um beijinho de recompensa.

     — Gente, na minha frente não, eu me recuso a ver isso— finjo estar incrédulo.

    No final das contas a minha família é muito engraçada e temos muita intimidade, sempre fazemos palhaçadas um com a cara do outro. Não tenho muito problemas em me abrir com eles, inclusive sou um livro aberto, meus pais sabem de tudo o que acontece na minha vida. Mas eu tento não demonstrar que estou preocupado com a minha mãe, hoje pensei muito no estado dela e isso me abalou muito.

    Então é, estou triste porque minha mãe está demorando muito para se recuperar. Meu pai tenta não demonstrar, porém dá para notar que ele está abalado também e eu não sei lidar muito bem com os sentimentos dos outros e principalmente com os meus.

    Depois de refletir um pouco na cozinha, subi correndo já que estou atrasado para o trabalho. Nem sei porque me desesperei tanto, a lojinha é bem na esquina e eu provavelmente não chegaria atrasado, mas sou eu...posso esperar tudo de mim.

    Hoje não está movimentado, será que é por conta do clima? Eu realmente não sei, pelo menos posso adiantar umas coisas da escola. O dia além de ruim, está passando muito devagar e nenhum cliente entrou na loja desde o começo do meu turno. Nesse momento eu to precisando mesmo é das matérias que passaram hoje, eu faltei a aula e não sei onde o professor parou com a matéria.

    Para a minha felicidade a porta da lojinha é aberta e logo eu consigo visualizar o rosto da pessoa. Nem sei porque fiquei feliz, era só um cliente desconhecido.

     — Moço eu vou levar essa tortinha aqui.

     — Taehyung, eu tenho cara de palhaço?— digo dando uma risadinha.

     — Olha...você tem cara de palhaço sim— mas como ele tá ousado— essa risadinha foi bem falsa tá amigo? Já sabia mesmo.

     — Ai tae, hoje eu não to bem.

     — Sua mãe não melhorou né?— percebo que sua voz assume um tom preocupado— Jimin, relaxa...ela sempre ta de volta, com certeza ela vai ficar melhor se ver meu rostinho lindo.

     — Não, ela não melhorou...faz tempo que você não vai lá em casa, meus pais devem estar com saudades.

     — Eu sei que estão— alguém avisa ele— brincadeira, mas a sua mãe gosta mais de mim do que de você.

    Fato, Taehyung é meu melhor amigo desde que me entendo por gente, ele sempre me defendeu das pessoas que eram más comigo. Minha mãe sempre apoiou nossa amizade e o meu pai também, nossos pais são bem amigos e se fosse pela minha mãe eu e o Tae casaríamos.

     — Realmente, já admiti que no coração dela só dá você— faço tae rir com meu comentário— se você me dá licença eu tenho que trabalhar e você tem que pagar pela tortinha.

     — Como você é estraga prazeres, nem foi na aula hoje e eu tenho que te contar acontecimentos importantes.— apoia no balcão fazendo com que eu preste mais atenção nele— Eu se fosse você prestava atenção em minhas sábias palavras.

     — Eu to prestando atenção.

     — Não tá não...enfim, sabe aquele menino bonitinho? Então, ele deu bola pra mim...já que eu não sou bobo nem nada flertei de volta.

     — Aquele que você é apaixonado?— pergunto para provocar ele— Eu sei que você é apaixonado nele.

     — Eu? Jamais...mentira, meu coraçãozinho bate muito rápido quando eu vejo ele— o Hyuk nem é isso tudo— ai não sei...não me apaixono ok?

     — Aham, vou me fazer de sonsa. Olha  Tae, outro cliente, não posso conversar mais.

     — Credo, hoje você não ta pra papo, odiei.— sai incrédulo.

    Com o Taehyung indo embora, me senti sozinho e triste de novo...não tinha muito o que fazer e pelo menos meu turno já estava acabando. Eu ainda to pensando nesse menino que o Tae vive falando, será que eu to com ciúmes? Nah, só não quero que ele quebre a cara.

    O tempo realmente não está passando, o tédio tá predominando e para piorar meu celular está acabando a bateria. É, eu vou ficar sem nada pra fazer...meu dia não foi tão produtivo como eu esperei que fosse, mas tudo bem. Já estava quase para trocar de turno quando a porta da conveniência abriu e logo eu avistei ele.

Catch Me When I FallOnde histórias criam vida. Descubra agora