UNDECIM

XI

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Existem acontecimentos que nos fazem pensar se tudo aquilo realmente aconteceu. Como em uma narrativa montada para entreter. Uma história que facilmente poderia ser roteiro de um filme de suspense. Mas que se torna ainda mais alarmante ao ser contestado que tudo realmente ocorreu.

Irei contar a minha história.

Tudo começou em uma quarta-feira.

Me chamo Yoo Kihyun. Tenho 27 anos, moro sozinho, trabalho em uma agência de marketing e propaganda, prefiro trabalhar por minha conta do que depender de outra pessoa, digamos que eu não tenha muita ... paciência. Eu confesso que tento. Tento bastante, relevar, respirar fundo, mas parece que tem pessoas que insistem em esgotar minha boa vontade.

E era isso que pensava do meu amigo Seungkwan no momento. Eu gosto dele. Devo muito à Boo Seungkwan, mas ele está me irritando com esse falatório sem fim. Mais uma vez ele se encontra a minha frente em um sermão eterno. Então como eu já sei como essa conversa irá terminar, preferi colocar meus fones de ouvido.

– Ah mas você vai me escutar sim! – diz agressivamente retirando a força os fones de meu ouvido – Eu estou aqui para salvar sua pele mais uma vez. Então você que ature minha reprimenda!

– E eu já sei tudo que você vai me dizer. Que eu sou explosivo, que preciso ser mais responsável e pensar duas vezes antes de dizer ou fazer algo.

– Você precisa controlar essa sua impulsividade, Kihyun! – esbraveja enquanto aponta um dedo na minha cara.

– O que eu podia fazer? Esperar a polícia chegar? Ficar só observando enquanto aquele imbecil passava a mão na bunda da moça?

– Você precisa entender que existem coisas que não dependem de você.

– Foi assédio, Boo! – me levanto da cadeira em um rompante – Aquele desgraçado mereceu o soco que dei no meio da fuça dele.

– E é exatamente por isso que estamos nessa situação. Mais uma vez – diz exasperado passando as mãos pelo rosto – Toda vez eu tenho que te ajudar nas enrascadas que você se mete, Yoo.

– Isso nem ia dar em nada Boo – dou de ombros, não ligando para o estado do imbecil, mas tendo certeza que o nariz quebrado dele lembraria de mim por um bom tempo.

– Ele está te processando, Kihyun. E eu tenho certeza que seu bolso não aguenta arcar mais com gastos de processo. Então enquanto eu tento arrumar a sua merda. Você vai ficar aqui.

– Quê? – ele só poderia estar tirando com a minha cara.

– A partir de agora você vai ficar dentro da sua casa, longe de problemas. Até eu resolver tudo isso – disse para mim como se fosse a coisa mais simples do mundo.

– Qual é Boo, você só pode estar de brincadeira – disse incrédulo.

– Gostaria que fosse. Mas estou falando muito sério. Sou seu amigo, mas acima disso agora sou seu advogado. E eu não posso te ajudar pensando que você pode causar mais, enquanto eu já tento fazer com que você não seja preso.

– Prisão domiciliar quer dizer – encara-o de braços cruzados – Bom pelo menos irei trabalhar para poder ocupar minha mente.

– Na verdade, pense nisso mais como umas férias, já que conversei com meu tio, e ele decidiu te dar alguns dias de folga.

Boo e eu nos conhecemos desde crianças, e com isto crescemos juntos, nossas famílias sempre estiveram unidas. Quando decidimos seguir carreira, nada mais oportuno e cômodo, ele como novo advogado trabalhar na empresa do meu pai, e eu seguir minha profissão na empresa do tio dele.