𝗪𝗶𝘀𝗵 𝗜 𝗪𝗮𝘀 𝗦𝗵𝗲 • Taekook

É só poliéster

Até quando seu peito iria doer daquela forma? Jeongguk se perguntava.

Até quando iria ver o que restou de seu coração despedaçado e voar para longe como cinzas ao vento? Até quando iria sentir seu rosto encharcado por causa das lágrimas derramadas, por causa da angústia que sentia?

Vê-los juntos era como pisar em brasas: doloroso e desgastante.

Sempre amou Taehyung, seu melhor amigo. Este que, aos olhos apaixonados de Jeon, em certos momentos pareceu demonstrar reciprocidade. Conforme o tempo foi passando, entretanto, os sentimentos do mais velho poderiam ter esfriado e isso o fez começar a amar Tzuyu, sua atual namorada. Ao menos, isso é Jeongguk pensa.

Sempre que os via, sentia seu coração sendo esmagado. Estava destruído por dentro, porém mantinha um sorriso no rosto, fingia estar feliz por eles quando, na verdade, seu interior era destruído aos poucos. Cada célula era corrompida pela dor e seu coração ficava vazio, escuro, sem cor.

Mas como odiaria Tzuyu? Ela sempre foi um anjo consigo. Um amor de pessoa.

E mesmo sentindo certo afeto pela garota, não deixava sua mente o pensamento de que a preferia morta, para que finalmente fosse feliz ao lado do garoto que amava.

Ele a deu seu suéter, era só poliéster, mas era o mesmo que costumava lhe dar quando esquecia de se agasalhar. Era o mesmo que tinha o cheiro adocicado do garoto. Era o mesmo que, durante noites frias, ele usou.

Queria ser Tzuyu.

Para poder encostar seus lábios nos de seu amado, para sentir as mãos dele mapeando seu corpo, para ouvir seus gemidos durante nossos momentos de prazer.

Queria tocar a pele amorenada, queria beijar cada espaço livre de roupas. Queria o amar lentamente e sentir cada centímetro de seu corpo. 

Céus, o queria tanto... Como queria.

— Jeongguk?

O garoto levantou a cabeça, dando de cara com o dono dos seus pensamentos mais bonitos e angustiantes.

— Tae… Oi, o que faz aqui? — direcionou o olhar para seus pés que balançavam dentro da água da piscina.

— Eu… Nós... — antes de completar a frase, sentou-se ao lado do de fios morenos e deu continuidade — Precisamos conversar.

— Sabe que pode falar sobre o que quiser comigo, não é? — respondeu, deslizando as mãos pelas coxas cobertas pela bermuda que usava.

— Certo. Eu… Eu terminei com a Tzuyu. — soltou em um só fôlego.

Jeongguk arregalou os olhos.

— O-O quê? Por quê? — o encarou surpreso.

— Eu não a amava realmente. Meus sentimentos pertencem à outra pessoa. — desviou o olhar, estava nervoso. Qual seria a reação dele?

— E essa pessoa seria...? — no fundo, Jeon ainda tinha esperança.

— Eu o conheci na escola… No primeiro ano, 'pra ser mais específico. — pigarreou — Ele é tímido, e, por causa disso, demorou um pouco para que nos tornassemos amigos. — recuperou o fôlego e logo prosseguiu. — Ele tem a pele branquinha e macia, o cabelo escuro como a noite mais bonita, os lábios tão vermelhos quanto as cerejas mais doces. Sua voz me conforta em momentos difíceis, sua risada é a minha fonte de energia e seus dentinhos de coelho são tão... Tão adoráveis.

Falava tudo olhando para o chão.

— Eu o amo tanto, sempre amei. Tentei esconder meus sentimentos com outro relacionamento, com uma garota, porém, acabei apenas usando a usando. — uma lágrima solitária escorreu pela sua bochecha — Sinto tanto por isso… Me desculpe, Jeongguk. Eu te amo, tipo, 'pra caralho. Porra, eu te amo tanto que até dói. — levou a mão até o lado esquerdo do peito, agarrou a camisa e apertou o punho. — Eu te amo tanto que...

Foi interrompido pelos lábios do Jeon, estes que acariciaram os seus delicadamente. As línguas dançavam pelas bocas, mapeando cada espaço, do mais quente ao mais apertado. O ósculo que mantinham era tão cheio de sentimentos que quase não era suficiente.

Esperaram tanto por aquele momento que não desejavam se separarem nunca, mas se separaram mesmo assim. Estavam ofegantes, com as testas coladas e sorrisos de orelha a orelha enfeitando os rostos.

— Eu também amo você.