Capítulo 29 ✔

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Faço um tranquilo caminho pelo corredor das turmas do terceiro ano, olhando meus horários desta indistinta tarde cinzenta

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Faço um tranquilo caminho pelo corredor das turmas do terceiro ano, olhando meus horários desta indistinta tarde cinzenta.

Na primeira luz do dia, a cidade recebeu o anúncio de uma possível e furiosa tempestade e segundo a meteorologia, o final desta tarde poderia ser bastante caótico.

A perspectiva de voltar para casa de metrô é um tanto frustrante, considerando as iminentes circunstâncias. Mas, parece que não tenho outra saída. Justamente hoje, tenho aulas para repor a nota da última disciplina pendente em meu histórico escolar. Isto foi ocasionado por minha repentina transferência em pleno semestre.

Com a mamãe presa no escritório, eu terei de recorrer ao tumultuado transporte público.

Faltando poucas semanas para a conclusão do ano letivo, eu sinto que preciso me preparar ainda mais para o SAT e para os desafios futuros a minha espera. Com uma excelente nota no exame de aptidão, eu poderei realizar o sonho de estudar numa boa universidade do país.

Confiante e entusiasmada com o pensamento, entro de cabeça erguida na turma de matemática do senhor Adams. Mas paraliso, assustada com o homem sentado junto à polida e conservada mesa de professor.

O cabelo segue em um corte austero e displicente, enquanto a pele adquiriu um bronzeado que lembra bons momentos sob um intenso sol das praias californianas. Ele está mais musculoso do que lembro-me e quando os sinistros olhos analíticos dele voltam-se para a minha pessoa, eu sinto que meu sangue é todo drenado de mim.

Oh, santo Deus... o que diabos o senhor Clayton faz aqui?

Meu coração estremece sob seu olhar quase demoníaco. Desvio meus olhos para a turma vazia. Droga, cedo demais para a primeira aula de reposição de matemática nesta obscura tarde perigosa.

— Senhorita Hayes?

Philip Clayton demonstra espanto comigo ali.

— Senhor Clayton. O senhor aqui?

Eu luto para aparentar completa normalidade, tranquila, pouco interessada em suas razões de fato.

Seus olhos ocos capturam-me de forma obscura, como se enxergasse uma divindade. Causa-me desconforto.

Sinto-me exposta, indefesa,  sufocada por uma perturbadora tensão.

— Ocasionalmente, venho dar aulas de cálculo nesta escola. Você não estaria aqui para acompanhar minha aula, estaria?

Um brilho diabólico ilumina seu rosto predador e engulo seco.

— Talvez, senhor. Com licença.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora