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"bzz... Bzzz... Bzzzzz..." Ouço meu alarme tocar.

10:13 AM.

5 alarmes perdidos.
As vezes penso como é bom ser meu próprio chefe, não preciso me preocupar com quantos alarmes eu perco e toda essa baboseira.

Meus olhos ardem, minha visão está turva, minha cabeça lateja, e, pra piorar, sinto muito enjôo.
Mas — por que mesmo?
Olho em volta, o mesmo quarto de sempre
Ah.
Garrafas pelo chão.
Meu costume.

Me sento no meu colchão, esfrego meus olhos com a minha coberta, o sol batia nas minhas pernas, dando uma sensação estranha. Parecia que queimava. Quanto tempo faz que eu não saio de casa?
Fiquei uns minutos por ali. Quem contaria quantos? 2, 5, 10, 15, 20 minutos? Eu normalmente olharia meu celular de novo, mas meu hálito está podre, parece que eu comi carne crua ou engoli chorume.

Você deve estar se perguntando: "que trabalho é esse, que você não sai de casa, bebe demais e não se preocupa com horário, e ainda é o próprio chefe?!" Eu te respondo, sue desocupade. Eu sou um assassino de aluguel. Nossa que edgy, assustador demais.

Enquanto "tirava o chorume" da minha boca, chequei meu celular de novo, e quase cuspi toda a espuma na minha boca.

7 chamadas perdidas.

Como eu pude esquecer que tenho clientes?!
Puta merda.

Não é como se eu tivesse obrigação, ou algo a dever a essa pessoa. Eu não devo nada a ninguém, disso eu sei. Mas eu cumpro meus deveres, sempre com muito cuidado e responsabilidade, me atrasar assim estava fora de questão.
Mesmo desapontado comigo mesmo, fui tomar uma ducha. Não tinha tempo para ressaca, engoli alguns remédios, vesti uma roupa formal, aqueles ternos, sabe? Bem coisa de filme. Sempre pensei que um termo caíria bem em mim quando eu era criança, quem diria que eu estaria certo. Quem me ver na rua, provavelmente irá pensar que sou um empresário, por mais que eu não ligue, não posso negar que é legal essa ideia.

Esses trabalhos dão dinheiro pra caralho. Não precisei de muito esforço pra comprar um carro — que por sinal, foi muito caro. —  eu posso morar em um fim de mundo, mas tenho a dignidade de comprar um carro que preste.

Sabe, quando eu ligo meu carro, eu adoro ligar o rádio e de vez ou outra, ouvir sobre a investigação de um dos meus assassinatos. É muito prazeroso quando eles estão bem longe de achar a peça final, as vezes eu até penso que a polícia se faz de tonta.
Eu precisava chegar em um dos prédios do Eduardo. Aquele cara é rico. A quantia que ele me paga por assassinato é absurda também, as vezes parece que ele gosta de provocar polêmicas, pois maioria das vítimas são pessoas ricas e famosas.

Cheguei no destino em que ele me pediu pra o encontrar. Era um dos prédios que ele possuía, grande, cheio de vidros. Chegando na recepção, encontrei a mesma moça, ela trabalha pro Eduardo há muito tempo. Já ouvi rumores que eles tenham um caso.

— Bom dia. Preciso comparecer a reunião do seu chefe, Eduardo. — me direcionei a recepcionista, ela sempre estava com um cabelo azul, informal para uma recepcionista, mas segundo Eduardo, ele gostava assim.

Nós não temos vínculos pessoais, apenas financeiros. Mas é claro que sei dos sentimentos dele por ela. Ele não precisaria me contar.

— Assunto? — ouvi os barulhos do teclado digitando. Ela estava procurando pelo meu nome. Ela jura que eu não sei que ela já estava ciente dos segredos obscuros do seu patrão.

— Negócios.

— Piso 17, sala 5. Eduardo já está esperando por você há uma hora.

— Obrigado. — fui até o elevador, por sorte, não contava com a presença de ninguém.
Toquei a campainha da sala 5. Adoro como as campainhas desse prédio me fazem lembrar das curtas memórias que tenho da minha infância.
Não demorou muito para o Eduardo aparecer. Ele estava bravo

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⏰ Última atualização: Aug 30, 2020 ⏰

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