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Suas palavras mexeram comigo e o garotinho em que citava, era o ele mesmo, mas que estava apenas no seu passado, aquele não existia mais.

Saber que me vê como aquele garotinho de seu passado me trouxe um certo incômodo, mas sei que não era essa sua intenção, é algum modo de me ajudar, de ver as coisas de outra forma, não apenas sobre o olhar em que a ansiedade me fazia acreditar. Como os homens...

Homens.

Harry seguiu dando tantas ênfases nesses que não deixei de me perguntar por nenhum segundo o que isso significava, se era só modo figurativo ou realmente haviam pessoas no qual transtornou seu psicológico, e que talvez, esse seja o motivo de querer tanto me ajudar.

Talvez não esteja apaixonado. Talvez a sua vontade de que eu me cure seja tanta, que o confunda com paixão.

Por outro lado, Harry não parece o tipo de homem que não entraria em um relacionamento sem antes ter certeza do que quer.

Aí droga, começou as paranóias típicas de dona Katherine!

Dormi tranquila em seus braços a noite toda, até que ouço no fundo dos meus sonhos uma música bem irritante.

Meu despertador.

Me espreguiço e gemo por conta do sono, Harry aperta meu corpo contra o seu, cheirando meu pescoço, fazendo com que me contorça com os arrepios que proporcionava.

Ouço um leve rosnado saindo de sua garganta enquanto continua me cheirando, mas o despertador continua tocando.

Docinho? — toco seu braço apertando levemente para que afrouxe seu aperto.

— Hum...

— Preciso levantar. Vou preparar um café. — tento sair dos seus braços, mas Harry sobe em cima de mim, manhoso.  — amor? Desse jeito fica difícil.

— Fica comigo... — sua voz sai rouca e dengosa, parecia um bebê.

— Não posso, preciso trabalhar. — fico com o coração cortado por negar o seu pedido, eu queria poder ficar o dia todo ao seu lado.

O observo levantar fazendo biquinho insatisfeito, senta na ponta da cama enquanto coça seus olhos inchados por conta do sono.

Aí meu Deus, eu não aguento a fofura desse homem!

Fico de pé e desligo o celular, o abraçando ainda sentado em seguida e beijo sua cabeça, sentindo a maciez e o cheiro delicioso do seu cabelo.

Vou até meu guarda-roupa a procura de alguma peça e vou indo até o banheiro para minhas higienes. Ao finalizar, procuro pelo Harry no meu quarto, mas a cama já estava arrumada, e meu TOC agradece imensamente por isso, porém, sigo até a cozinha e ele já está se aventurando em fazer algo para o nosso café.

Sorrio com a visão daquele homem imenso apenas de cueca na minha cozinha. Seus olhos ainda estavam inchados, ele me olha e sorri também.

— Onde estão minhas roupas, amor?

Fiquei parada, sem responder sua pergunta, aquilo fez com que algo passasse em minha mente. Talvez, daqui uns anos, aquela cena se repetisse em um lugar nosso, com uma vida só nossa, onde Harry estaria por completo em minha vida e eu na dele. Talvez, mas só talvez, meu coração esteja acelerado com a ideia, em pensar que seja precoce um pensamento desses, as coisas estavam começando agora. Mas será que seria proibido em cogitar que, futuramente, esse homem lindo de olhinhos verdes, com covinhas, sorriso que ilumina e cheio de tatuagens, poderia ser meu marido, em algum futuro distante?

𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑊𝑖𝑡ℎ 𝑀𝑒 | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora