⊱ 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙄; Cíclames

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✣  Capítulo XXI: Cíclames

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✣  Capítulo XXI: Cíclames. ✣

O quarto de hotel apesar de barato era silencioso, no ensurdecedor silêncio a goteira da pia no banheiro era um eco pesado e de rápido término

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O quarto de hotel apesar de barato era silencioso, no ensurdecedor silêncio a goteira da pia no banheiro era um eco pesado e de rápido término. A sua imagem no espelho transitiva entre um homem desfigurado, às vezes Park Nam-do, em outras, suas reais fisionomias.

Tudo demorara mais do que havia calculado, corria por caminhos travessos, esboçou um sorriso tomando graça do fiasco de seu plano. Precisava capturar a escritora o quanto antes e adquirir a sua parte do manuscrito para finalmente completar o seu propósito naquele local.

Entretanto o mundo de Jardim de Sangue parecia se recriar e sobrepuser sozinho, de tal modo que eventos e pessoas que antes eram prescritos no papel que ele mantinha consigo deixavam de existir misteriosamente. Havia sempre uma lacuna, um simples e singelo espaço onde poderia coexistir com aquela voz em sua mente que lhe obrigava a matar.

Esta lacuna também ocupava espaço em sua mente que era aos poucos preenchida pelo medo de suas vítimas, em seu coração um vazio que ressoava como uma repetitiva canção melancólica, sem qualquer intenção de parar os acordes altos dos instrumentos.

O fogo que não se saciava, o consumia por inteiro, seu quarto naquele hotel pulgueiro estava parcialmente uma zona, a porta de seu closet tinha quebrado com seu soco, o sangue em seus dedos escorrendo do corte como a cera de uma vela queimando.

Correu um enorme risco ao dar a Mi-so noção que poderia alterar o destino escrevendo em seu manuscrito, fato esse que custou longas noites de intermináveis hipóteses e julgamentos a ele que permanecia acordado apesar de toda medicação que roubara da farmácia local depois de matar a filha do dono.

A concepção antecipada retardou seus movimentos, lhe impossibilitou de entender qual seria a verdadeira trama do livro. Planejava-se se tornar o novo autor daquele mundo, portanto teria de cortar o mal pela raiz, ou nesse caso, assassinar a pessoa responsável por todo este alvoroço na linha do tempo.

Sua real personalidade se perdia carregada pelo vento, levada pela insanidade de uma mente inquieta e fantasio. Largou as chaves do quarto na recepção, atravessou o quarto apanhando as chaves do carro. Por fim cruzou os portões da hospedagem ignorando a chuva que caía torrencialmente molhando seu corpo em um desolador abraço.

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