Eu senti tesão. E não era a lingerie nova que ela preparou, nem o perfume que eu dei que tanto me estingava quando ela usava, não foi a maquiagem leve que ela fez pra esconder as imperfeições e nem seu corpo perfeito de malhar e fazer dieta. Não, eu senti tesão pelos primeiros carinhos no amanhecer, na sua risada engraçada nas cenas dos filmes, eu senti tesão na sua inteligência em debater política, e na diversidade em saber conversar até sobre bob esponja. Eu me excitei ao ver ela de camisão e chinelo, com o cabelo bagunçado, se escondendo porque “não estava bonita pra mim”, e com as noites que cheguei com a comida pronta e a casa limpa, mesmo sabendo que além de trabalhar fora e chegar cansada ela fazia isso pra não me sobrecarregar. Sabia que eu era fraco em alguns pontos e me atrai pela força dela em disfarçar minha fraqueza com um “eu faço isso porque gosto”, mesmo eu sabendo que lavar a louça era a pior coisa do mundo pra ela.
Eu senti tesão, mas não foi o físico que me excitou, foi a beleza de ser tão ela, no sorriso de ser mulher, e na força de um exército que ela mostrava. Eu me apaixonei ainda mais quando notei que nada daquilo era pra mim, era pra ela, para SUA casa estar do jeito dela, para se olhar no espelho e ela SE amar, pra ir ao trabalho e ainda saber que consegue ser uma boa profissional e boa dona de casa, pra mostrar pra si mesma que não precisava de mim, e sim de si, pra se lembrar que era suficiente sozinha, mas que somado era mais fácil.
Eu senti tesão, então fiz dela rainha, atendi seus desejos e caricias e no outro dia deixar que fosse mais ela de novo, só por gosto e pelo sorriso que ser ela a trazia.