Cap.4

13 1 0
                                    

*Cássia

Depois que Marcus foi na casa de seus pais naquele dia, ele começou a ficar estranho.
Quase não comia,o que comia vomitava,saia por horas a noite e voltava bem tarde.
Não chegava bêbado ou nada desse tipo,nem cheirava a bebida,o que pra mim era um alívio.
Coitada de mim,antes fosse bebida,do que outra coisa que eu nem imaginava na época.
Em uma noite notei sua camisa suja de sangue, perguntei o que havia acontecido,ele disse pra eu não me preocupar,ele havia ajudado a separar uma briga de uns amigos dele e um pouco de sangue havia respingado nele,pelo forte soco que um deles havia dado no outro.

Eu tola,não desconfiava de nada, acreditava em tudo que ele dizia.
Meses se passaram e nossa pequena Liz crescia cada vez mais.
Marcus passava horas a brincar com Liz na sala.
Em compensação,demorava cada vez mais na rua pela noite.
Eu mais desconfiada de que ele estava me traindo.
Em um certo dia resolvi seguí-lo,se ele estivesse á me trair, eu armaria um escândalo.
Mais tive um choque ao descobrir o que ele fazia a noite na rua.

Ele saiu de casa por volta de 20:00 da noite.
Deixei ele tomar distância e saí atrás.
Ele chegou em um bar e sentou assistindo a pequena TV que havia por lá.
Ele observava o local mais não bebia ou comia nada, ninguém sentou a sua mesa.
Um homem alto estava saindo do bar,parecia muito bêbado,andava cambaleando pelas ruas e Marcus o seguia lentamente.
Eu não entendia o porque disso, até que vi o homem entrar em um beco vazio.
Foi aí que entrei em choque quando vi aquela cena.
Marcus agarrou o homem e pulou sobre o pescoço dele mostrando as presas enormes que saiam de sua boca.
O homem agonizava de dor e o sangue escorria pela boca de Marcus,que parecia uma besta fera selvagem atracado a garganta do pobre homem.

Marcus levou o corpo sem vida do homem e jogou perto de um rio próximo a cidade,havia uma espécie de caverna lá,mais não havia nenhuma entrada pra caverna,ela era totalmente fechada.
Ele estava voltando e eu tinha que me apressar,corri de volta pra casa e fingi estar dormindo.
Ele foi direto ao banheiro,tomou um banho e usou uma loção bem forte para mascarar o cheiro do sangue,assim como ele fazia todos as noites.
Chorei em silêncio durante toda a noite.
Não acreditava no que eu tinha visto.
No outro dia fui até a caverna procurei uma entrada e nada, até que por acidente,escorreguei numa abertura que eu não tinha percebido e fui parar direto dentro da caverna,e meu choque foi maior ainda,as lágrimas não paravam de escorrer do meu rosto,eu soluçava de medo, ódio,pavor e tristeza. Dentro da caverna haviam dezenas de corpos amontoados,todos sem vida,adultos e crianças,todos sem um pingo de sangue no corpo.
O lugar fedia, era tão repugnante,não dava para respirar, tão pouco olhar aquela situação.
Corri pra fora daquele lugar,pelo mesmo lugar onde havia escorregado.

Será que Marcus havia matado todas aquelas pessoas?
Nem as crianças haviam sido poupadas.
Eu estava em choque ,não sabia o que fazer.
Fui para casa desnorteada,sem rumo,tudo que eu pensava sobre Marcus era uma grande mentira,era só ilusão.
Ele não era o fofo que parecia ser,pelo contrário,era um monstro sem coração.
Naquela mesma tarde me senti mal,pensei que fosse pelo choque ao ver tantos corpos jogados naquela caverna,mais não era.
Eis a mais ingrata das surpresas diante de tantos acontecimentos macabros.
Eu estava grávida novamente.

Contei para Marcus que soltou fogos de alegria, eu olhava pra ele todo feliz, comemorando,rodopiando Liz,e imaginava,como uma pessoa assim,pode ser aquele monstro sem coração?
Eu não sabia o que fazer,eu não podia ficar em casa,vendo ele convivendo com meus filhos,sabendo que a qualquer momento ele podia sugar todo o sangue deles.
Passaram-se alguns dias e fui ao médico para ver como estava meu bebê,eu estava ansiosa para saber o sexo.
No consultório, alguém sentou ao meu lado e começou a falar comigo.
Disse que sabia o que meu marido era,e que sabia que eu havia descoberto o que ele era também.
Perguntou se eu estava disposta a ajudá-los a prendê-lo, se eu queria que meus filhos tivessem segurança de viver em paz,sem nenhuma ameaça.

Eu aceitei ajudá-los, fizemos um plano e eu botei em prática,logo Marcus caiu na armadilha.
Eles levaram ele preso,para longe.
Eu ouvia os gritos de Marcus,ele suplicava por misericórdia,pedia que eles não o levassem.
Que não tirasse ele dos seus filhos,nessa hora as lágrimas rolaram dos meus olhos,eu havia me arrependido de ajudá-los a pegar Marcus. Mais era tarde demais,Marcus me olhou com ódio, e então sumiram de vista.
Tempos depois passei a receber ameças e comecei a fugir com Lizandra e Ander.
Até o dia que ele achou a gente.

Sangue Prateado: Força HíbridaOnde histórias criam vida. Descubra agora