A tempestade costuma castigar a cidade de Dreamland e não é uma novidade a nenhum de seus habitantes. Mas, atrasada para a aula de literatura do senhor Raymond - a brilhante, encantadora e jovem Anna Hayes não esperava contar que justamente naquele...
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Anna está confiando o seu melhor em minhas mãos. Porra, é demais. Talvez tenha visto muito pouco de mim e dos demônios que me perseguem constantemente? Como eu posso ter atendido todas as expectativas desta preciosa menina? Eu? Talvez fosse mais correto adverti-la do perigo que está submetendo-se? Sim, ela merece entender onde diabos está se metendo.
— Viemos para um lugar mais tranquilo para termos uma conversa franca e a teremos, concorda? — Pergunto.
Anna assente, bastante atenta em mim, corada pelo desejo, linda como só ela sabe ser.
— Antes de tentarmos fazer algo tão delicado e importante, precisamos estar perfeitamente conscientes do que realmente queremos. Eu não tenho dúvidas de que a quero comigo. Mas você ainda é muito jovem, inexperiente e consegue ser bastante sedutora sem esforço algum. Por que se permitiria fazer amor comigo, Anna? Gostaria de entendê-la.
— Você deseja saber a verdade de mim?
— Por favor.
— Eu te amo, Enzo. Não percebe? Você não se acha merecedor, mas não se dá conta de como é tão fácil se apaixonar por um homem como você. Enzo, você é gentil, divertido, inteligente, sedutor, tem um bom coração, eu sei que tem. Você me faz feliz simplesmente por existir. E, francamente, é um pecado de tão atraente. As mulheres te comem com os olhos por todo lugar.
Anna faz uma careta engraçada, roubando-me uma risada inesperada.
— Então eu sou um pecado de homem, senhorita Hayes, hein?
Acaricio seu nariz arrebitado com o meu, arrancando um tímido sorriso de seus lábios tão convidativos e deliciosos. Sou fascinado pelo ingênuo rubor que mancha as suas bochechas.
Seu extraordinário olhar de mulher, dona de todas as consequências, encontra o meu, cheio de inocente admiração. Suas pupilas estão dilatadas.
Os olhos de Anna estão brilhando mais do que a lua, misteriosos, diante da claridade das ardentes chamas, crepitando pela lareira, cativando-me por inteiro.
— Oh, idiota também. Não se esqueça. — Ela passa os braços em volta de meu pescoço, mordendo o lábio macio, sufocando a risada.
— É uma menina muito audaciosa, Anna. Espero que ouça-me e mantenha-se assim até o final. É capaz de garantir isto? — Pergunto e admito que estou nervoso em ter de compartilhar exatamente o pior de mim.
— Sim. Posso lhe assegurar que não sairei correndo desta vez. Aquilo no parque foi como um choque.
