Capítulo Único

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Hinata estava na cozinha terminando de passar o café quando escutou o som de pequenos passos correndo pelo corredor do andar de cima. Pelo som, sabia que aquele serzinho estaria sem os chinelos, apenas de meias e indo para o quarto acordar o pai.

- Yūutsu! - O ômega gritou para que o menino ouvisse. - Quantas vezes eu já te disse pra não correr de meias? Você sabe que escorrega! - Mal terminou de falar e parou de ouvir o barulho de corrida. Hinata deixou-se suspirar, balançando a cabeça, mas com um sorriso no rosto. Kageyama Yūutsu era o primeiro filho deles, tinha sete anos e era um serzinho cheio de vida e alegre.

Fechou a tampa da garrafa e colocou-a no meio da mesa, terminando a composição. Tirou o avental e o deixou pendurado perto da pia, indo para as escadas, e subindo até o quarto.

Hinata teve que segurar a risada quando entrou pela porta. Kageyama estava completamente jogado com os braços e pernas abertos, numa confusão de cobertores, enquanto Yūutsu tentava puxar o pé do pai sem nenhum sucesso.

- Papai! - Yūutsu chamou novamente, mas Kageyama sequer se mexia direito, ainda num sono profundo. - O pai já fez o café!

Shouyou sabia bem como era ter um dia puxado no trabalho. Kageyama era enfermeiro, e muitas das vezes o desgaste mental de ver tantos acidentes, se juntava ao cansaço físico e fazia com que praticamente morresse na cama.

- Pode deixar que eu acordo ele, meu amor. - O ruivo entrou no quarto, dando a volta na cama enquanto fazia um carinho rápido nos cabelos negros do filho.

Abriu a cortina com certa delicadeza para não assustar o outro e se abaixou o suficiente para ficar perto da orelha do alfa. Não precisou de muitas palavras para que Tobio se mexesse na cama e começasse a abrir os olhos.

- Como você faz isso, pai? - o filhote perguntou, olhos cor de mel brilhando enquanto via Kageyama resmungar alguma coisa e passar a mãos no cabelo. - Sempre preciso gritar, mas você só chama e ele acorda!

Hinata riu pela inocência do outro. Yūutsu mal sabia que o ruivo precisava apelar para o lobo para acordar o marido. Foram anos de experiência pra saber que aquele ser humano não acordava nem que tivesse tendo um terremoto.

- O pai tem super poderes, está vendo só? - o ômega entrou na brincadeira e o filhote riu.

- Isso é sério? - perguntou ele animado, enquanto subia na cama para logo se atirar nos braços de Kageyama.

Tobio deu um pequeno sorriso, e ainda que estivesse meio sonolento, segurou o filho no colo e deixou um beijo carinhoso no topo dos cabelos negros.

- Bom dia, neném. - Tobio disse com a voz um pouco rouca pelo desuso. - Bom dia, amor... - acabou virando-se para Shouyou, que apenas depositou um selinho rápido, sem perder o sorriso no rosto.

- Você ouviu isso, papai?! O pai tem super poderes! Ele consegue acordar qualquer pessoa do mundo! - Yūutsu continuava animado com a ideia de Shouyou ter super poderes. - Pai é incrível!

O alfa se virou novamente para o filhote, entrando na brincadeira também:

- Viu só? A mamãe é especial, não é? - Tobio zombou, sabendo muito bem como Hinata ficava zangado por ser chamado de mãe.

Shouyou apenas arqueou a sobrancelha e cruzou os braços.

- Papai.... - a criança começou a falar com um tom de reprovação. - Você sabe que o pai odeia quando você chama ele de mamãe.

Hinata gargalhou, estendendo as mãos para o filhote, que não pensou duas vezes em trocar de colo.

- Ao menos ele é mais inteligente que você! - O ruivo caçoou, fazendo um carinho convencido no filho.

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