"Menina de 10 anos é considerada louca após matar os pais."

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Se você está lendo isto é porque vc é um humano. Certo? Acho que sim. Os humanos são divididos em classes. A classe baixa, a classe média alta e, os riquinhos de merda. Algumas pessoas acabam enlouquecendo com o poder do dinheiro. Alguns pagam para matar, outros roubam para conseguir dinheiro, e também há os que matam e roubam para ter mais dinheiro ainda. Eu consideraria essas pessoas loucas. Diria que as pessoas que matam para ter dinheiro são loucas e deveriam estar em um manicômio. Mas quem sou eu para dizer algo relacionado a isso? Preza no manicômio Nossa Senhora das Dores desde os 10 anos. Você certamente viu as manchetes "Garota de 10 anos mata os pais por conta de alucinações." Ou "Menina de 10 anos é considerada louca após matar os pais.". Se você não viu os jornais ou não sabe da história deixa que eu te conto!

"O sol entrava em meu quarto pela janela. A cantoria dos pássaros era alta. O cheiro de panquecas invadia meu quarto.

- Catarina levanta! - a voz de Joane ecoou pelo outro lado da porta.

- Meu nome não é esse.Meu nome é Catrina! - Gritei para Joane aquele dia.

Joane não é minha mãe. Joane era minha madrasta. Meu pai havia abandonado minha mãe no hospital depois de eu nascer, ele fugiu comigo e se casou de novo. A vadia da Joane me provocava todos os dias, ela sempre dava um jeito de me fazer como vilã da história. 
Naquele dia eu levantei, não me arrumei para a escola, apenas desci de camisola para a cozinha. Meu pai estava fazendo panquecas.

- Bom dia querida, não está se sentindo bem? - Ele me olhou com aquela preocupação de pai sabe? Eu o amava, e muito. Mesmo depois de saber o que ele fez com minha mãe, eu o amava.

- Estou bem papai. Apenas não quero ir a escola hoje. Posso ficar em casa? - Perguntei a ele naquela manhã.

- Claro querida. Você tem se esforçado tanto na escola ultimamente. - Ele tinha dado o melhor sorriso dele para mim. - Papai está atrasado querida! Se comporte ouviu! - Ele me deu um beijo na testa e saiu pela porta da cozinha que dava em direção ao nosso jardim.

Meu pai trabalhava como professor de história na escola em que eu estudava, mas dava aula para os alunos mais velhos. Eu passava praticamente o dia todo com ele. Era isso que deixava Joane com raiva. Ele dava mais atenção a mim do que a filha dela.

- Cath! - Cecília gritou para mim quando entrou a cozinha. Ela era tão pequena e fofa a última vez que a vi.

- Catrina está em casa? - Joane entrara furiosa na cozinha.- Sua vadiazinha, o que está fazendo em casa!? - Lembro que ela agarrou meu cabelo e me puxou para mais perto de seu rosto.
Eu não me assustei, já estava acostumada. Eu apenas ri em sua cara. Eu não tinha mais medo dela. - Como você ousa rir na minha cara! - Ela bateu com minha cabeça na mesa.
Eu tinha apagado.

Acordei horas mais tarde, com meu pai em casa gritando com Joane. Ele dizia coisas horríveis a ela. Mesmo que ela merecesse, eram coisas pesadas de mais. Lembro dele ter dito que queria se separar. Foi o fim para ela, ela se irritou. Foi aí escritório de meu pai, pegou a arma que ele guardava em seu cofre, voltou a sala irada e disse "Se você não vai ficar comigo e Cecília, você não ficará com ela!". Vocês já devem imaginar o que aconteceu. Ela atirou em meu pai. Eu fiquei em choque na hora. Depois de alguns instantes ela me olhou e arregalou os olhos e jogou a arma no chão. Eu corri até ela e a derrubei, comecei a puxar seus cabelos e a xingar. Bati várias e várias outras vezes a cabeça dela no chão. Quando eu vi sangue saindo fui até a cozinha peguei uma faca e fui até ela, fiquei  faca em seu peito. Depois outras várias vezes pelo seu peito e barriga. Eu gritava, chorava e soluçava.
Meia hora depois a polícia chegou, me tirou de cima de Joane, ela estava morta. Acharam Cecília chorando embaixo da pia do banheiro. Eles me levaram pra delegacia, pediram para um psiquiatra conversar comigo. Uma hora e meia o desgraçado falou que eu havia alucinado e era um risco para a sociedade, no final do dia eu estava amarrada a uma camisa de força com uma focinheira na boca.

No dia seguinte eu acordei ouvindo os guardas da solitária rindo. Eles leram as manchetes dos jornais para mim. Eu pedi? Sim. Eles acharam estranho? Sim. Eu liguei? Não. Depois eu passei durante uma semana berrando e negando que eu era louca."

Eu não era louca, apenas tinha tido um acesso de raiva. Isso poderia ter sido tratado com um psicólogo. Mas não, vamos joga-la em um hospício onde ela será maltratada como todos os outros pacientes.

Já faziam 5 anos desde o ocorrido. Eu até que me dava bem com alguns enfermeiros dali. Os psicólogos e psiquiatras me odiavam. Me odiavam pelo fato de eu não assumir ter matado meu pai. Mas eu não tinha matado ele. Eu já tinha contado várias e várias vezes a minha versão da história, eles não acreditavam. Não acreditavam porque aquela vadia da Joane tinha ligado na escola e tinha dito que eu tinha tentado me matar, meu pai tinha vindo pra casa, ele descobriu a verdade com Cecília. Nunca queira saber a verdade, se meu pai tivesse acreditado em Joane ele estaria vivo. Claro eu ainda teria de passar por um psicólogo, mas ele estaria aqui comigo. Eu não estaria nesse lugar repugnante.

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⏰ Última atualização: Sep 03, 2020 ⏰

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