Encaro o teto do meu quarto, enquanto o som baixo da música em meu quarto invade meus pensamentos, me dando aquela incrível sensação de paz e conforto que eu amo tanto, adoro esses pequenos momentos de sossego da minha vida, eles são raros, mas me fazem acreditar em que algum momento, isso vai se ajeitar, e eu vou poder ter uma vida comum, apenas ter uma vida normal....
-S/N!?- a voz do homem invade todo o degrau de cima, me trazendo de volta a realidade, e afastando toda e qualquer sensação boa- NO MEU ESCRITÓRIO, AGORA!- o mesmo termina, ele sabe que eu escutei, não uso fones de ouvido dês dos meus 15 anos justamente por isso
Me levanto, e caminho passos largos e rápidos até a porta do meu quarto, abrindo a mesma que antes se fazia trancada, um costume que adquiri com o tempo, saio do local, fechando a porta atrás de mim, assim que saio do meu quarto, dou de cara com a mulher de olhos azuis e cabelos loiros, minha mãe, e ela está com aquela cara de sempre, apenas com esse olhar dela, eu sei que eu estou encrencada, e que ela mais uma vez não vai fazer absolutamente nada
Respiro fundo, e sigo meu caminho, descendo as escadas, chegando no térreo da casa, caminho até a porta grande de madeira escura, a encaro por alguns segundos, me preparando mentalmente para qualquer coisa que va acontecer lá dentro, coloco minhas mãos na maçaneta da mesma, a girando, e entrando no local
- você me chamou?- digo para o homem sentado na cadeira, fumando um cigarro grande e branco, deixando toda a sala coberta com fumaça, minhas narinas nem estranham mais isso
- você?- o homem levanta sua cabeça, me encarando com o olhar, o olhar que eu não quero ver...
- perdão, senhor...- digo abaixando minha cabeça- o senhor me chamou?
- sim sn- o homem puxa o ar, com o cigarro em sua boa, e logo em seguida o solta, fazendo mais fumaça dominar a sala, o homem posiciona suas mãos em cima da mesa, relevando o seu mais novo relógio, ele se impulsiona, se fazendo de pé- você não está cansada de ser tão inútil sn?
- perdão?- digo confusa, tentando entender pelo que estou sendo culpada desta vez
- você come, bebe, usa da minha água, da minha luz, a 19 anos- o homem me encara- você não se cansa?
- você...o senhor- corrijo- sabe que não é por minha escolha, eu já tentei fugir, você manda os seus homens atrás de mim...e você não me deixa trabalhar
- você viveu aqui por todo esse tempo, e agora que está de maior que sair sem devolver o que usou?- o homem caminha passos mansos, dando a volta em sua mesa, ele se encosta na mesma, cruzando seus pes- não acha isso injusto?- o silêncio se faz presente por alguns segundos- mas eu sei exatamente como te ajudar sn, assim como ajudei os seus irmãos a serem úteis, e ajudarem a devolver todo o investimento que eu fiz- o homem aponta para foto do garoto ao lado de seu cinzeiro- olhe o seu irmão, é um dos meus braços direitos nos negócios da família, ele faz todo o trabalho sujo sem reclamar- o homem aponta para a foto da garota que está do outro lado da mesa- sua irmã? Ela é um exemplo, faz bom proveito de sua beleza, e ajuda a atrair novos aliados, até se casou com um pelo bem da família, e você?
- tenho certeza que o senhor pensou em algo para mim, certo?- digo já sem paciência depois de escutar tanta ladainha
- desculpa, eu não entendi- o mesmo diz, se afastando na mesa aonde antes estava encostado- você estava sendo sarcástica? Acho que se esqueceu da última vez que fez isso
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Em suas mãos - Imagine Moonbyul Em Revisão
FanfictionJá sentiu como se sua vida sempre fosse controlada e teleguiada por uma pessoa, e essa pessoa simplesmente não é você? A vida de sn é exatamente assim, seu pai, aquele famoso tipo de cara que você não quer se meter, controla a mesma como se fosse se...