➢ 25: Sensibilidade e Tylenol

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> Jung-Kook

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> Jung-Kook.

Eu não conseguia entender, aquilo era ciúmes ou era realmente, um completo mal entendido?
Eu realmente não consigo compreender ela.

Ela realmente enlouqueceu quando viu a Megan me beijando, – e eu acho que isso não é algo bom –, eu entendo que no lugar dela, eu não gostaria de ficar vendo essa cena mas…
Eu realmente não vi nada absurdo.

Eu sou um amigo íntimo antigo da Megan, e ela não consegue aceitar isso?

Já faz uma hora que estamos em um silêncio irredutível, ela não quer falar comigo, não quer sequer olhar na minha cara.
E o pior, ela está com uma expressão péssima, e para piorar mais o pior, ela não estava mexendo no celular confortávelmente, ela estava parada, sentada no sofá da recepção, com o torso quase debruçado em seus joelhos.

Isso estava me assustando.

Ela estava alterada há uma hora atrás, a sua raiva se diminuiu mas, cara, eu não conseguia processar, quando ela estava com raiva, ela estava parecendo um cachorro destruindo um osso, – ela era o cachorro e ela estava destruindo os meus ossos –, sem contar que a sua fúria era parecida com o momento em que você tenta tirar o osso do cachorro.

E agora, ela está quieta como se nada houvesse acontecido ou como se houvesse algo realmente sério incomodando ela.
E eu custo a acreditar que a primeira opção é a correta.

— Você está bem? — Depois de muito tempo, eu decidi quebrar o silêncio assassino entre o ambiente, ela estava de cabeça baixa e, meu irmão, ao erguer a cabeça, eu percebi que ela não estava só incomoda com a Megan e o beijo surpresa.

— Se a sua intenção é querer me incomodar, por favor, me deixe em paz. — Ela voltou a encarar os próprios pés, a sua voz estava arrastando um leve gemido de dor. — É a única coisa que eu te peço.

Como diz Patrick Wilson³² em uma manhã gloriosa, "nunca se pode ter muitos contatos".

Mas agora que eu estou averiguando melhor essa situação, eu percebi que a Roseanne tem o costume de ficar estourada muitas vezes também... Maioria das vezes com motivos claros.
Mas existem vezes que ela exalta a própria fúria sem motivo algum.

Mudança de humor… Ou um humor extremamente ácido...

— Você ainda está incomodada com a Megan? — Pergunto, tento ser o mais sensível possível, porém não nego que o meu tom foi um tanto irônico. — Eu não estava mentindo para você, eu realmente não tenho nada com ela… E vamos lá, você já viu outras pessoas se beijando, dos melhores modos, na sua vida.

Ela continuou debruçada e disse: — OK, eu acredito em suas palavras, sei o quão canalha você é, agora, me deixe em paz!

Eu me sentei ao seu lado: — Caramba, assim você está conseguindo me ofender.

Ela ficou em silêncio, mas não era um silêncio de repreensão como "nossa, estou errada", era um silêncio como aquele que as pessoas fazem quando não querem falar com ninguém.

Olhando bem a situação dela, eu percebi que ela continha alguns traços que a minha prima tinha...
Quando estava durante o período menstrual.

Cara, será se é isso?

Quando eu tinha uns catorze anos, a Jiwoo sempre se queixava de dores, mas ela não ficava assim como a Lalisa, ela ficava com mais raiva que a Rosé quando briga com o Jimin, ou literalmente ficava quieta.
E era estranho.

Ela sentia tanta dor que parecia ter endometriose.

É... Eu acho que ela está com uma daquelas dores.

Eu me levantei da cadeira da sala de espera e subi as escadas na direção da copa, encarei entre todas as reposições de tintas, agulhas e moldes até a caixa de remédios.

— Isso aqui é como um tylenol... Deve ajudá-la… — Eu encaro a pré-descrição do rótulo pequeno que estava na embalagem... Provavelmente, isso pode.

Eu encarei além dos frascos diversos, toalhas, e bom… Por enquanto, acho que é só isso que eu posso fazer, não tem mais nada aqui.
Ou eu não sei o que ela faz, para ser sincero.

Eu juntei as coisas enroladas dentro da toalha escura, passei por um galão de água que estava instalado no corredor e vi que o remédio precisa de água.
Ela não vai engolir isso.

Coloquei a trouxa que fiz com a toalha debaixo do braço e peguei um dos copos de setecentos e cinquenta descartáveis e o enchi com água.

— Só nesse copo já previne as pedras nos rins, minha nossa. — Zombo e com cuidado, desço novamente as escadas, e sim, ela ainda estava na mesma situação. — Eu não sei o que você tem... Provavelmente, eu até sei mas prefiro não focar nisso.

— O quê? — Ela perguntou, meio grogue. — A que diabos você está se referindo?

Tylenol. — Dou de ombros e despejo a toalha na cadeira, estendi o copo de água para ela e mostrei a cartela de tylenol. — Não sei se você pode tomar, se tem alergia ou se isso vai ajudar você mas… Foi a única coisa que eu achei…

Ela soltou uma risada e meneou a cabeça: — OK… Obrigada.

— Olha… — Eu me sentei ao lado dela, de novo, eu estava confuso, esses são os meus dois pontos fracos: A confiança e ver uma mulher nessa situação. — Naquela porta escura ali, um pouco depois do quadro do motoqueiro fantasma, é o banheiro… Se você precisar usar, ele está aberto à sua disposição.

Ela riu: — Eu entendi… Obrigada.

Ela se levantou e começou a caminhar na direção do banheiro, a sala não era tão grande mas era aberta, ou seja, de fácil acesso.

Acho que ela não quer me esganar mais, antes de deixá-la entrar no banheiro, eu encaro a sua bela disposição e falo: — Já são... Quase cinco horas… Eu vou subir, preciso cumprir o horário... Não vou demorar muito por aqui hoje... Se você quiser ficar por aqui embaixo pode ficar… Mas se quiser subir, também pode ir.

— Tudo bem… — Ela balançou a cabeça, eu acho que dessa vez...

Estamos nos entendendo.

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Patrick Wilson interpreta um dos personagens principais do filme "Morning Glory"

My Neighbor, A Bastard | Lalisa Manoban  Onde histórias criam vida. Descubra agora