Eu nunca achei que você faria isso.Sempre estive ciente de que seus sentimentos por mim eram inteiramente amigáveis, e estava começando a aceitar tal fato. Mas Yoon Jeonghan, no momento em que você encostou seus labios nos meus, naquela fria noite de inverno que insistia em ressecar nossas peles, deitados na cama em que sempre dividíamos em nossas frequentes festas do pijama, cobertos por seu grosso cobertor cor de violeta que eu tanto amava, eu senti como se finalmente fosse correspondido. Era seu primeiro beijo querido, você o entregou a mim como nunca teve coragem de fazer com algum outro alguem antes. Eu me senti especial. Senti arrepios por todo meu corpo no momento em que nossas línguas dançaram em sincronia perfeita, podendo ser comparadas ao som de nossas vozes, que para mim, juntas sempre formaram a melhor das melodias.
E todas as vezes em que repetimos o ato, nas mesmas condições, eu sentia as mesmas coisas. Suas mãos pelo meu corpo eram como poesia, os arrepios que senti eram verdadeiros, e eu estava crente de que os seus também eram, que cada som emitido por você devido aos meus digitos te apertando, eram apenas involuntários e puramente reais.
Mas eu errei meu amor, me deixei enganar por você. Pelos seus lisos cabelos bem cuidados, seus olhos alegres e sua risada incomparável que eu tanto conhecia. Me deixei ser enganado pelo meu melhor amigo desde que eramos apenas garotinhos medrosos que gostavam de cuidar dos cabelos um do outro. E naquela noite, naquela maldita boate em que nossos amigos estavam no banheiro, bêbados demais para se lembrar de qualquer coisa, você esperava por mim do outro lado do bar, com seu sorriso rotineiro e um copo de bebida doce nas mãos. Seus labios se encontravam vermelhos e inchados, como sempre ficavam depois de nossos beijos que tanto me agradavam.
Nesse momento eu juro, parei para te adimirar. A forma como seu corpo se movia com a música, mesmo que tímidamente, como seus cabelos longos caiam sobre seus ombros e como você sorria, apaixonado. Mas então percebi: Sua paixão não era por mim. Você sempre deixou isso claro na verdade, pelos seus belos e viciantes lábios, insistia em diferir palavras sobre o quão trouxa eu era, as quais nunca dei ouvidos, cego de amor, obcecado por seus beijos e seu toque suave.
Talvez você realmente não tivesse a intensão. Quisesse apenas experimentar algo novo, movido pelo desejo daquela estranha noite fria, e pela carência em todas as outras que seguiram. Talvez você tenha cometido um erro, querido, coisa que o eu apaixonado nunca imginou que faria.
Você era meu ponto seguro, sempre certo, defendendo-me quando gaguejava ou quando os outros garotos de nossa classe me empurravam contra os armários azuis-metálicos espalhados pelos corredores daquela escola. A escola em que nos conhecemos, que nos aproximou, e enfim nos tornou uma só alma, dois melhores amigos tão inseparáveis que tinham os nomes confundidos até pelos professores.
Não lembro-me do momento em que me apaixonei, e nem como ou porque tal atitude aconteceu. O único momento mais antigo que me recordo, é o dia em que você chorou em meus braços. Chorou a noite inteira por aspectos de seu pequeno coraçãozinho sensível, decepcionado por um garoto bobo da oitava série. Tudo que consegui pensar ou falar, não era muito reconfortante, sempre fui um péssimo conselheiro.
Mas lembro-me da única coisa que não saiu da minha mente desde aquele dia, me perseguindo todas as noites antes de dormir, e no primeiro suspiro ao acordar: Eu precisava te fazer feliz. Precisava te ter para mim, conviver com seu sorriso e beijar seus lábios doces todos os dias. Eu precisava ser seu homem.
E agora você estava lá, sentado, e alguém com óculos escuros ocupava meu lugar. Talvez em outras situações você tirasse sarro da jaqueta de couro que ele usava, dizendo que não fazia seu tipo. Mas claramente fazia. Acho que foi a bebida que ele te pagou, cor de violeta como seu cobertor, ou os suaves beijos que ele depositava no canto de sua boca, que me fizeram ter uma aversão tão grande por bad boys que poderia faz meu rosto queimar em lágrimas.
A primeira rolou quando lembrei da primeira vez que me chamou de" garoto americano", as outras vieram em seguida, com o resto das lembranças boas que cultivava com meu melhor amigo, ou o garoto pelo qual eu era apaixonado. Eu apenas queria te levar para casa no momento em que aquele bar fechasse e você estivesse bêbado, rindo a toa e me abraçando. Seria pedir muito Jeonghan?
Eu não sei bem quando, mas em algum momento o sabor agridoce da bebida que roubei de qualquer estranho que atravessou meu caminho se juntou ao das minhas lágrimas, me deixando estranhamente bem. E olhe que irônia, querido! A cor que brilhava no copo com álcool, era violeta, assim como o cobertor que nos cobria e eu tanto amava. Depois daquele, vieram muitos outros. Eu me sentia mais alto que o Empire State, e era eu que precisava ser levado para casa.
A noite estrava fria, quando saí pela calçada cambaleando, rindo sem saber porque da lembrança do alguem de óculos de sol ao seu lado. Eu caminhava ao lado da lua neste momento, tropeçando e dançando pelas nuvens não aparentes no céu escuro. Eu sei o quanto você sempre amou a lua querido, na mesma intensidade em que ela ama o sol.
Juntos, sei que conseguiriamos queimar o mundo. Poderíamos ser a melhor das duplas, como todos sempre disseram e torceram, mas você sempre prefriu ser imprevisível não é? Você não percebeu que com nosso amor, juntos, poderíamos queimar mais brilhante que o sol.
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Oi gente! É, la vem eu com notinha de novo. Mas queria dizer que essa não é uma história muito "comercial", ou algo assim. Ela é inspirada em We Are Young, a música, mas levada pro lado triste mesmo. Escrevi ela em 2017, hoje em dia não sinto as mesmas coisas e por Deus, essa escrita eu não tenho nem coragem de ler, mas fazer o que? É meu xodó. Foi minha estreia na escrita com o kpop e eu espero que gostem dela, apesar de tudo. É isso ❤
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We Can Burn • Jihan
FanfictionNo momento em que você encostou seus labios nos meus, naquela fria noite de inverno que insistia em ressecar nossas peles, deitados na cama em que sempre dividíamos em nossas frequentes festas do pijama, cobertos por seu grosso cobertor cor de viole...