Em Nome Do Amor - Inspirado Na Música da Bebe Rexha

Em nome do amor

_____________________________________________

Oii, gente ! Essa é a primeira vez que transformo uma música em uma história. Se quiserem escutar a música que inspirou esse conto, cliquem no play acima do título enquanto lêem ! Boa leitura ! ❤
_____________________________________________

Segunda, 15 de fevereiro de 2020

Não sei porque ainda insisto em diários, acho que eles são as únicas coisas que me compreendem, talvez porque não sejam humanos. Seguindo meu antigo ritual, neste diário de 2020, irei me apresentar novamente. Meu nome é Mark, tenho 18 anos, sou relativamente alto, faço academia, estou no último ano da escola e trabalho arduamente como garçom no único restaurante da pacata e deprimida cidade em que nasci e moro, Fredericksburg. 

Não há um dia em que eu não pense no que aconteceu há 7 anos atrás, não consigo esquecê-la, não quero. Com 11 anos, eu era uma criança que sofria por causa de timidez excessiva, meus pais sempre me obrigaram a enfrentar todos os meus problemas, em parte deu certo, porém digamos que me foram sentenciadas algumas consequências das quais não podia me esquivar. Devido ao meu comportamento estranho e melancólico, ninguém se aproximava de mim, mas uma pequena menina de cabelos loiros - quase brancos - corpo magro, vestes levemente caras e de mãos nos quadris fungou e me estendeu sua mão direita sugerindo que apertássemos nossas mãos. Senti um arrepio gelado na espinha, mas ela era tão linda e inocente que resolvi responder ao cumprimento. Foi assim, nos intervalos escolares, que nasceu uma amizade intensa e bem bonita, uma relação tão colorida que aquela cidade cinzenta não daria conta por muito tempo. No início, só nos encontrávamos no colégio, depois que nos encontramos no centro da cidade, reconheci os pais dela - eram as pessoas mais ricas da cidade, sua família fabricava geleia - então gentilmente me convidaram para visitá-los na mansão deles que se estabelecia sobre um monte no oeste da cidade. Eu e a bela garota amávamos passar nossas tarde na piscina da casa, nos divertíamos, por vezes, o mordomo nos deixava uns minutos sozinhos para atender aos pedidos dos demais residentes da casa, e foi em uma dessas oportunidades que trocamos alguns olhares esquisitos e nossos lábios se tocaram por um segundo, fingimos que nada aconteceu. E em uma dessas vezes, quase de noite, o mordomo surgiu novamente e me disse que minha mãe havia ligado pedindo para que eu fosse para casa, já estava ficando tarde, fui severamente empurrado para dentro de um dos carros da família e o motorista parecia apressado, antes que o carro saísse da casa vi a minha menina correr para dentro chorando e gritando seus pais, mas também ouvi um som estridente e ensurdecedor. Cheguei em casa, minha mãe não quis me explicar nada, todos na cidade estavam estranhos, até hoje não entendo muito bem o que ocorreu. Depois de 3 anos sem entender nada, investiguei, procurei, me esforcei, descobri que a única que me entendia em toda a minha complexidade estava internada no hospital psiquiátrico que ficava num monte na parte leste, embora não fizesse ideia do ocorrido que a deixara assim, tentei visitá-la, pedi permissão à família por telefone, com muita relutância, me permitiram, porém ela não quis me receber e mandou um recado pela enfermeira : Não me visite, não sou mais a mesma. Não insisti tantas outras vezes. Também não sei porque sempre repito essa história a cada diário. 

Sábado, 20 de fevereiro de 2020

Cheguei em casa cansado do trabalho e me joguei no sofá da sala e fui assistir um pouco de televisão, nada é mais miserável que isso. 

Filho, preciso falar com você - disse minha mãe após suspirar enquanto se sentava ao meu lado no sofá. 

O que houve, mãe?

Os vizinhos estavam comentando comigo, acho que ela vai passar alguns dias em casa, não sei muito bem o que houve, mas provavelmente sairá do hospital, já fez 18 anos e já deve estar bem após tantos cuidados da família.