Diário de Bordo n°2. Dia 1 na Cidade Imperial. Exame de entrada dos cavaleiros mágicos.
O sol resplandecia sobre as construções da cidade, deixando todas as lojas com um teor dourado. As chaminés das cafeterias e restaurantes estavam à todo vapor, assim como os próprios moradores. Eram 7h45 quando cheguei à Cidade Imperial. O ar estava sendo preenchido com conversas e perfumes de todos os tipos, um alento para o que aconteceria a seguir. A avenida principal estava lotada por jovens de todo o país, prontos para fazer sua inscrição no maior evento do reino. O exame que definiria a vida e os sonhos de muitos. O exame de entrada para os cavalheiros mágicos.
Para uma simples camponesa da vila de Gradara, se é que dá para considerar aquilo uma vila, é uma oportunidade de ouro. Entrar nos esquadrões, ser reconhecida e talvez chegar ao topo, podendo comandar meu esquadrão. Um sonho, com certeza. Enquanto me dirigia para o centro da cidade fui olhando as lojas, percebendo coisas que vinham da vila e de outras cidades próximas. É engraçado como as pessoas ignoram de onde cada coisa veio, elas poderiam pagar muito mais barato conversando com o artesão original, mas quem sou eu para convencê-las.
Em pouco tempo, estava na grande divisão de filas. Nove ou mais conjuntos de pessoas se revezavam para atender a todos. Encontrei uma fila que não estava tão longa e esperei por um tempo, olhando ao redor para conhecer os meus concorrentes. Duas filas para a minha direita vi um usuário de fogo, e logo percebi que ele não era o único, pelo menos umas 20 pessoas compartilhavam o mesmo tipo de magia. Algumas eram mais aptas, mas outras não tinham salvação naquele lugar. Enquanto via isso percebi um usuário de água, outro de terra, dois de luz(um recorde), e muitos outros. Não seria tarefa fácil, mas tinha certeza de que chegaria ao fim do exame vitoriosa. Quando menos percebi, chegou a minha vez de me inscrever.
-"Boa Tarde. Nome?"
-"[Nome] [Sobrenome], de Gradara."
-"Idade?"
-"15 anos."
-"Seu grimório."
Tirei meu grimório da bolsa e mostrei para ela. Ele estava coberto por uma capa de couro [cor favorita].
-"Sinto muito, teria como tirar a capa extra do seu grimório, eu preciso anotar o trevo e o elemento."
Nessa hora meu coração gelou. Minha família me recomendou não mostrar ele normalmente em público, eles disseram que eu ganharia mais inimigos do que eu queria e deveria. Segundo eles, não temos raízes nobres, mas com a força que temos seria mais do que o suficiente para comprar esse título. Apesar de não querer fazer isso, não tinha muita escolha senão mostrá-lo para a moça, que já me encarava.
-"C-Claro sem problemas."
Tirei a capa dele e mostrei para ela. Os olhos dela arregalaram no mesmo instante. O grimório era azul marinho, com pequenos floreios negros percorrendo a capa e as dobras. Prata em estado coloidal se movia por todo ele, como se ondas do mar estivessem à disposição. Bem no centro, rugindo com uma ferocidade animal e rodeado por pequenos fractais estava o grande problema desse livro, o trevo de quatro folhas. Os outros participantes ao redor olharam também sussurrando coisas como "ela é a escolhida", "o que ela está fazendo aqui?", "espero não duelar com ela", "será que ela sabe utilizá-lo?". Era muito constrangedor, aconteceu a única coisa que a minha família não queria que acontecesse. Resolvi tirar minha capa preta da minha bolsa e a coloquei, logo em seguida fechei todo o meu rosto com o capuz. Olhei para a moça que pediu para eu guardar o grimório. Ela anotou um número no papel e me entregou.
-"Sua inscrição está concluída. Número 137. Boa sorte amanhã."
-"Muito obrigada!"
Saí o mais rápido que podia e no meio do caminho escutei uma pessoa gritando.
-"ESSA FILA NÃO ACABA NUNCA!!!"
Meus ouvidos começaram a doer e olhei para a direção de onde veio o grito, encontrando um pivete de cabelos beirando prata. Como que ele está aqui sendo que ele não tem magia, pensei. Na mesmo hora olhei para a frente dele, e senti um arrepio percorrer a minha espinha. Um garoto alto de cabelos negros estava lá; senti que ele seria o meu maior problema nesse exame. Uma aura branca o percorria, me perguntei se os outros também a viam, mas isso era quase impossível de acontecer; sempre tive uma aptidão alta para reconhecer o poder dos outros, e hoje não seria diferente. Ele foi chamado na mesma hora para efetuar a inscrição, e ao mostrar o grimório, vi que ele também tinha um trevo de quatro folhas, do elemento que eu mais tinha problema para conter, vento.
Os burburios voltaram, mas diferente de mim, ele não se importou, manteve o rosto inexpressível, prestando apenas atenção no que a moça do caixa falava. Assim que ele terminou ele virou para o lado que eu estava e começou a caminhar. Só agora que eu tinha conseguido ver os olhos dele. Um âmbar perfeito dançava sobre a luz do sol, como se fosse ouro derretido em grandes caldeiras, e o cabelo dele não era totalmente preto, era como um petróleo, se posso dizer, variando entre tons de preto e azul escuro, quase como que as asas de corvo. "Por que estou pensando nisso? Não é como se ele fosse bonito... Talvez..."; "Agora não é hora, ele está na sua frente!!"
Saí do meu transe e me deparei novamente com aquele rosto. Ficamos em silêncio por alguns segundos até que ele se pronunciou.
-"Você também tem o trevo de 4 folhas."
-"B-Bom, acho que isso já não é novidade para essas três filas.", apontando para as que dividiam a fila em que ele e eu estávamos.
-"Só quero que saiba que, se você tentar ficar no meu caminho para ser o rei mago não terei piedade."
Olhei estonteada para ele.
-"Se é esse o seu medo, não se preocupe. Eu quero ser uma líder de esquadrão, e provavelmente não estaremos no mesmo."
Ele não respondeu nada até que o pivete surgiu.
-"YUNO!!!! VAMOS BATALHAR!!!"
-"Não vou batalhar com você até o final do exame"
-"QUÊ?!!!"
Eles começaram a discutir e se afastar do lugar, mas não antes dele fazer um último pronunciamento.
-"Nos encontraremos no Alvorecer Dourado."
Com isso ele seguiu o caminho, ouvindo e suportando aquele pivete.
Um pequeno riso partiu os meus lábios e suspirei. Como ele podia ser tão confiante? Não sabendo se era porque estava com medo daquilo ser verdade, ou se era porque queria estar no mesmo esquadrão que ele, mas meu coração começou a tremer com adrenalina. Me espere Yuno, não irei deixar você sair com a última palavra.
No dia seguinte, após as provas e a batalha recebemos o resultado. Eu e Yuno fomos escolhidos pela Alvorecer Dourado. Estava pronta pela batalha do título de líder do esquadrão.
*A/N*
*Perdão por qualquer erro, e obrigada por ler até aqui! Essa é a primeira vez que publico uma história chegando a qualquer pessoa é uma pequena vitória. Tenha um ótimo dia!*
*Talvez um dia eu reescreva-a, pois tem umas coisas meio incoerentes. Por falar nisso, é melhor mantê-la como oneshot ou fazê-la com mais capítulos? Desde já agradeço. *
Data de publicação: 05/09/2020
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Yuno X reader Black Cover
FanfictionNão sei escrever uma descrição, então por enquanto não vai ter nada aqui. Leia por sua própria conta e risco, perdão por qualquer erro gramatical, ela é meio antiga, tinha esquecido de coloca-la. Tenha um bom dia. Tudo exceto a principal(Y/N), poss...