Capítulo Único

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Concluindo o trabalho para a próxima semana, suspiro.

Preciso mesmo de um refrigerante para terminar isso!
Me levanto e vou até a cantina. Meu celular toca e atendo, reconhecendo o nome do meu amigo

_Oi? - Respondo

_Ben? Cara, você imprime meu trabalho e leva para o seu apartamento depois dessa aula? - Vitor pediu

_Por que tenho que imprimir? - Resmunguei com preguiça - Cara, você sabe que é o meu trabalho te pedir as coisas, certo?

_Então vou considerar isso o meu pagamento - Vitor respondeu e eu sabia que ele estava sorrindo

_Você vai faltar de novo as primeiras aulas - Não foi uma pergunta e sei que ele também entendeu

_Não que eu não me importe, mas você sabe, não pretendo seguir a profissão, nasci para o negócio da família - Riu - E você sabe, o tio Sérgio também prefere que eu trabalhe com ele, só estou pegando esse diploma para satisfazer minha tia.

_Certo

_Então eu enviei para o seu e-mail, depois passo lá no seu apartamento para pegar - Informou

Foi quando começou um alvoroço e todo mundo saiu correndo em direção às saídas da faculdade, no meio do barulho conseguia ouvir Vitor me chamando e perguntando algo, e entender algumas pessoas gritarem "fogo!"
Corri, quase levado pela multidão, antes de lembrar do trabalho.

_Merda - Murmurei, guardando o celular. Eu preciso chegar até meu notebook, demorei três semanas naquele trabalho, sem falar em arquivos importantes!

Subindo as escadas, já não via mais pessoas, acho que já desceram. Peguei meu notebook e quando saí da sala ouvi um barulho alto, confuso, segui a direção do som até outra sala.

Quando abri a porta encontrei um homem espancado contra uma parede, elevando-se sobre ele uma mulher vestida com cores escuras e uma máscara que lembra um cisne, apontando uma arma para ele.

Fiquei ainda mais chocado ao reconhecer o homem como o professor Manuel.

O professor se aproveitou da minha interrupção para alcançar uma pasta e jogar na direção da mulher, o tempo dela desviar foi o suficiente para o professor puxar a perna dela, que, na luta para manter seu equilíbrio, acabou batendo o braço na máscara, revelando seu rosto.

Foram poucos os segundos para focar no rosto furioso, antes que ela se virasse irritada e atirasse no homem, matando-no.

Assim que vi o gatilho ser puxado corri, eu não tinha nada em mente a não ser correr! Chegando do lado de fora da faculdade, eu estava tão chocado que não consegui fazer nada, avisar ninguém, só andar para onde meus pés me levassem, para bem longe daquele prédio, sem nenhum pensamento certo.

De alguma maneira acabei em meu apartamento, não sei quanto tempo passei sentado naquela cadeira da cozinha olhando para o nada, só acordando quando bateram na porta e eu abri, vi Vitor entrar assustado, ele parece me chamar algumas vezes mais, antes que eu responda.

_O que? - É a pergunta inteligente que faço

_Cara, você está bem? Eu acabei de ouvir do incêndio e vim correndo para cá! - Vitor esclareceu, entrando

_Como ficou sabendo? - Afastei qualquer névoa da minha mente, indo pegar água para nós dois
Conhecia o medo da perda que meu amigo tem, seus pais morreram em um acidente quando ele tinha 13 anos e ele acabou indo morar com os tios.
Nessa noite não consegui dormir, vendo e revendo a mesma cena em minha mente.

A Luz Do CisneOnde histórias criam vida. Descubra agora