Capítulo 1

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Me chamo Leandro, mas às vezes até esqueço que este é meu nome, pois todos me conhecem como Capitão Fabbri, porque sou capitão do Exército Brasileiro. Hoje, trabalho e moro em Florianópolis, capital de Santa Catarina. Venham comigo conhecer minha trajetória.

Eu já trabalhei em vários batalhões pelo país, mas sou natural de Santa Catarina, de uma cidade pequena de colonização italiana, meu sobrenome é de origem italiana, é um dos 50 sobrenomes mais comuns na Itália e significa "fabricante", "artesão"

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Eu já trabalhei em vários batalhões pelo país, mas sou natural de Santa Catarina, de uma cidade pequena de colonização italiana, meu sobrenome é de origem italiana, é um dos 50 sobrenomes mais comuns na Itália e significa "fabricante", "artesão".

Meus bisavós paternos eram Italianos e vieram para o Brasil, assim como milhares de outros italianos, para colonizar a região sul do país, não me lembro de meus avós, na verdade a única família que lembro e ainda tenho é meu pai, o General Fabbri, que graças a Deus, está bem longe daqui, geralmente, eu sempre escolhi batalhões o mais longe possível de onde ele estava.

Minha mãe morreu quando eu ainda era pequeno, não tive irmãos, meu pai se casou algumas vezes depois da morte dela, mas não teve outros filhos, todas suas outras esposas era viúvas de militares, e já tinham seus próprios filhos, nunca perguntei o motivo destas escolhas, na verdade, nunca me importei.

Nem sempre foi assim, fui criado por ele desde pequeno, na verdade eu sempre estudei em colégio militar, em turno integral, e suas esposas cuidavam de mim, mas sempre gostei da minha vida, e aprendi a amar o Exército.

Meu pai sempre foi rígido, mas eu sempre fui um menino bonzinho, não dava trabalho nenhum, nunca tive problemas com as madrastas por este fato, elas realmente me adoravam, alguns "irmãos postiços" que conviveram comigo durante os casamentos do meu pai, tinham ciúme da minha relação com suas mães.

Eu tinha verdadeira admiração pelo meu pai até meus 13 ou 14 anos, quando ele estava de folga, independentemente com qual esposa estava casado, ele sempre me dava atenção, falava de seu trabalho, sobre o Exército, dizia que se eu quisesse, poderia chegar a ser um Oficial General, bastava eu estudar, ter uma conduta ilibada, não ter medo do trabalho duro, ser um homem forte, de corpo e mente, ter foco e amor incondicional pela instituição.

Era isto que eu sonhei por toda minha vida, não necessariamente ser um General, mas seguir carreira, amar o exército, fazer dele a minha vida, dar minha vida por ele. Infelizmente eu cresci, virei um rapazote, e meu pai cada vez mais ia se distanciando de mim. Sempre que ele me via, acaba brigando comigo, começou com insultos, com o tempo evoluiu para tapas leves na cabeça, depois vieram alguns tapas na cara, e mais tarde algumas surras.

Só parei de apanhar quando me alistei e fui morar de vez no quartel, e basicamente nunca mais voltei para casa.

O motivo de tudo isto? Meu pai me achava um menino frágil, e não estou falando de frágil no sentido físico, pois sempre fiz exercícios físicos e tinha um corpo definido, mas ele queria que eu fosse um guri duro, que não fosse gentil demais, que não sorrisse demais, que fosse mais sisudo, mais severo, que me impusesse sobre outros moleques da minha idade, tudo que eu mais odiava nas outras pessoas.

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