Dois mais um

Um

Avise em caso de erros ou algo que possa ofender, como essa é minha primeira história, pode ter algo confuso.
Caso goste, curta e comente.
Também postada no spirit.

🌻

Durante toda a minha infância eu fiz vários amigos, mas tinha um deles, o Sehyoon, com o qual eu era mais acostumado. Nossos pais eram colegas de trabalho e morávamos lado a lado.

Não era atoa que nos encontravamos com frequência, contudo, não era como um primo que você vê sempre, ele era meu melhor amigo, meu irmão. Meu Wow.

Infelizmente, logo que saímos do ensino médio, a mãe de Sehyoon foi promovida, nessa época o pai dele já tinha falecido. Ou seja, ele teve que se mudar para a cidade vizinha. Ela era importante demais para ele, mesmo já indo para a faculdade, deixa-la sozinha era algo que ele não poderia fazer.

Apesar da distância, nós não cortamos contato, mesmo sendo diferente, ainda éramos amigos. Todavia, havia um vazio em mim, eu queria uma amizade para abraçar e conversar cara a cara.

Foi assim que eu conheci o Byeongkwan, ele estava sozinho na aula, não conhecia ninguém na cidade e tinha acabado de se mudar sozinho. Ele não tinha se adaptado a nova rotina.

Foi quando eu comecei a puxar assunto com ele. Nas primeiras conversas ele parecia tímido e introvertido, porém, depois de um tempo, BK se mostrou alguém totalmente elétrico.

Apesar de sentir muito a falta de Sehyoon, Byeongkwan não deixou eu me sentir sozinho.

Quando fomos para o sexto semestre da faculdade, a mãe de Wow foi transferida de volta para a cidade e ele continuou os estudos em uma universidade diferente da minha.

Sehyoon tinha acabado de terminar um namoro com uma menina da outra cidade. Ele passou uns três dias se lamentando, até que decidiu que ia superar e me perguntou se eu tinha alguém para apresentar para ele. Eu fiquei de avisar se achasse uma pessoa.

O irônico é que no dia seguinte, quando eu e o BK estávamos descansando na troca das aulas, ele disse para mim: "Jun, estou tão sozinho, seria ótimo alguém para ficar comigo".

Apenas surgiu uma luzinha na minha mente. Só poderia ser o destino, então eu falei: "já que é assim, tenho uma pessoa para te apresentar".

Ele não devia estar com espectativas altas sobre a questão, porque ele ficou me encarando por um bom tempo como se eu fosse um alien, ainda estava processando a informação.

Então, no mesmo fim de semana, fomos ao bar para que eles pudessem se conhecer. Foi tão cômico quanto trágico. Era uma briga a cada minuto.

Me senti o pior cupido do mundo.

Como os dois eram meus amigos, mesmo querendo, eles não puderam perder totalmente o contato. Nos viamos uma vez por semana no mínimo.

Por um ou dois meses aquelas brigas bobas e constantes continuaram, até que um dia eu fui visitar Byeongkwan para devolver um terno que ele tinha emprestado. Quando cheguei a porta estava destrancada, eu já estava preparando uma lição de moral que alguém poderia invadir como eu já estava fazendo.

Mas o Wow estava lá, e eles estavam brigando.

Só que com a língua.

Quando eu apresentei eles, eu pensei que seria legal minhas duas pessoas especiais namorando e se amando.

Mas quando eu percebi que era real eu só fiquei pedrificado. Por um curto período de tempo eu só consegui me sentir traído e sozinho.

Mas eu não externalizei.

Nesse dia eles ainda não tinham assumido o relacionamento. Só o fizeram dois dias depois.

As brigas bobas deles não desapareceram, mas diminuiram significantemente. Contudo, eles não tinham maturidade suficiente para resolver todas elas tranquilamente. Então eu passei a ser a cola que os unia.

Eu passei a estar com eles em quase todos os momentos, casais normais iam a encontros, mas os wowkwan sempre me levavam junto. As pessoas começaram a reparar, mas eles só não eram amigos ruins que abandonavam os outros quando começam a namorar.

Sempre foi assim, Sehyoon e Byeongkwan de mãos dadas e eu ao lado.

Hoje faltam dois dias para o aniversário de namoro deles, faz um ano que eu os peguei se beijando.

Mas esse dia também é, por acaso, o aniversário do meu pai, então nós, junto com Sehyoon e a mãe, mais o BK de brinde, fomos a uma chácara da minha família para passar o dia e dormir também. Decidimos ficar nós três em um quarto que tinha uma beliche e uma cama de solteiro. Quando deu onze horas fomos permanentemente para o cômodo.

"Não estou com sono" fala Byeongkwan enquanto faz uma dança esquisita, que por mistério do universo soa legal, e termina com uma abertura. Ele definitivamente é elétrico.

"BK!" exclama Sehyoon ao levantar o namorado, ele tem muita agonia de aberturas, costuma dizer que dói nele.

"Me deixa" diz Byeongkwan, logo, ele se senta na parte de baixo da beliche para ficar olhando o celular.

"Ok" Wow responde como se estivesse se rendendo e sobe a beliche "estou com sono, alguém pode apagar a luz?"

Vejo que o interruptor esta perto da minha cama e apago a luz, me preparando para dormir. Passando quase uma hora minha insônia ataca, a luz do celular de Byeongkwan estava me incomodando, enquanto isso Sehyoon quase roncava.

De repente eu escuto um barulho de algo quebrando e um grito.

"Sehyoon, seu filho da mãe! O que você fez" grita BK enfurecido, pelo susto eu logo ligo a luz e vejo sangue na sua testa e um pedaço de madeira solta na cama de baixa.

Apesar dos gritos, Wow não acorda.

"Caiu da estrutura?" pergunto só para confirmar, já entendi que uma parte podre de madeira quebrou da cama que Sehyoon estava dormindo. Felizmente, ela sozinha não estava sustentando todo o peso.

BK acena positivamente, e, cheio de adrenalina, mexe com o corpo de Sehyoon para ele acordar, o qual levanta assustado. Mas não consegue formar nenhuma conclusão e mal abre os olhos.

"Vem comigo, tem que lavar o machucado" falo calmamente para BK e seguro sua mão para ir ao banheiro, Sehyoon nos segue como uma múmia sem entender nada.

Sento Byeongkwan no vaso e olho para a ferida, apesar do sangue, não era grande ou profunda.

"Você está bem?" pergunta Wow, o qual enfim parece ter entendido o problema.

"Tem um buraco na minha testa, se fosse um pouco mais para baixo eu poderia ter ficado cego!" BK dramatiza, apesar de ser verdade.

"Felizmente nada aconteceu, foi só um susto mesmo" digo.

"Junhee, ele conseguiu quebrar a cama" fala Byeongkwan.

"Eu não fiz nada!" Sehyoon se defende.

"A madeira estava podre, ela iria quebrar um hora ou outra, você só deu azar"

Os dois se olham exitantes e dicidem levantar bandeira branca silenciosamente. Depois de eu terminar o curativo voltamos ao quarto e nos esprememos na cama que eu estava dormindo, que apesar de ser de solteiro, era maior que o normal.

Assim, abraçados, caimos no sono.