Cold Heart - BNHA

07

Com o início da primavera, veio também a época dos estágios. Eu e Shoto estávamos na agência do Endeavor e não demorou para Shoto convencer o pai a aceitar Midoriya e Bakugou nos estágios.

Já fazia algumas semanas que trabalhávamos com os subordinados do fogo. Passávamos os dias em patrulhas e as noites nos dormitórios da agência. Era difícil acompanhar o ritmo de Endeavor, mas estávamos evoluindo aos poucos.

Hoje foi um dia cansativo e desejávamos voltar logo para os dormitórios e ter uma boa noite de sono. Porém, Endeavor nos levou para jantar em casa a pedido de Fuyumi. Ela havia preparado um jantar para conhecer os meus amigos e os de Shoto.

— Desculpa chamar assim do nada, queríamos conhecer vocês — disse Fuyumi, terminando de colocar os pratos na mesa.

— Natsuo veio para casa? — Assim que vi os sapatos dele na entrada, eu sabia, só precisava confirmar.

— Sim, afinal somos sua família. Queremos conhecer os seus amigos. Vamos, sentem-se.

Todos nos sentamos à mesa e começamos a nos conhecer. De repente, Natsuo entrou.

— Olá, é um prazer conhecer vocês — ele se sentou e ficou calado, nem mesmo olhou para mim.

— A comida tá incrível! — Disse Midoriya, que diferente do Bakugou, não ficava de cara fechada.

— Obrigada, Natsuo me ajudou — falou Fuyumi, esperando que Natsuo falasse algo.

— Pera, então eu também tô comendo a comida do Natsuo? — Shoto não confiava muito nas habilidades de culinária do irmão.

— Sim, eu até gostava de cozinhar, mas tive que parar, já que não agradou os padrões de uma certa pessoa — ele falou, encarando Endeavor, que logo depois saiu da mesa.

— Me desculpa, eu não tô me sentindo muito bem — me levantei e fui até o meu quarto. Antes de entrar, observei Endeavor no seu escritório. Ele olhava a foto de um garoto, Toya. Os outros sempre evitavam falar dele, mas eu já sabia muito bem o que havia acontecido.

Aquela cena de Endeavor vendo a foto me fez entender que ele realmente estava tentando mudar, e eu queria apenas aceitar as desculpas do Endeavor, por mais que ainda tivesse péssimas lembranças com ele.

— Yukima, seus amigos vão ficar preocupados — Fuyumi me encontrou e me arrastou para a cozinha.

Ajudei a limpar a mesa e tentei falar com Natsuo, mas ele saiu sem nem mesmo se despedir. Talvez ele ainda estivesse irritado por causa da última vez.

— Eu entendo o Natsuo, mas talvez o pai mereça uma chance. O que acham? — Falou a Fuyumi, aproveitando que os garotos estavam no outro cômodo.

— Eu sempre o culpei por tudo. Não sei o que pensar dele ainda — Shoto falava, tocando na cicatriz.

— Eu quero perdoá-lo, mas não estou pronta ainda — eu falei e fui interrompida pelos gritos de Bakugou.

— DEIXEM ESSE ASSUNTO PARA QUANDO NÃO TIVER VISITAS EM CASA. ME PASSA OS PRATOS SUJOS, GELINHO!

— K-Kachan, não fala assim — Midoriya tentava amenizar os gritos.

— Desculpa, espera, gelinho? É como você chama Yukima? — Falou Fuyumi, sorrindo de uma forma estranha. — Então quer dizer que tem apelidos. Yukima, poderia ter me contado que tem um namorado... eu acho que—

Eu tampei a boca dela antes que falasse algo mais vergonhoso e, por sorte, Shoto era lerdo o suficiente para não entender nada.

— HÃ? — Bakugou estava prestes a agredir Fuyumi, então me apressei para sairmos o mais depressa possível.