Casa da Jiro

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   Era uma casa bonita com detalhes em branco, o seu nome estava escrito em uma placa ao lado de uma porta de metal. Respirei fundo algumas vezes para me acalmar, por quê estava tão ansiosa? Aproveitei o segundo de coragem que tive e toquei a campainha.

– Só um instante. – Escutei a voz dela, um barulho de tranca e a porta foi aberta, era agora. A porta se abriu e uma Jiro assustada estava bem a minha frente, mesmo mais velha que eu, ainda era mais baixa.

– É. – sorri. – Meu nome é...

– Eu sei quem você é. – Cortou porém sorridente. – Momo Yaoyorozu San, da 1 – A.

– Sim. – de repente tudo que ensaiei para falar alí sumiu da cabeça. – Pode me chamar de MomoYao. – Travei alguns segundos olhando seus olhos me fitando. – Eu... Vim entregar seu caderno. – estendi..

– Oh!. – exclamou pegando. – Obrigada. – Sorriu. – O encontrou no ônibus?. – Confirmei com a cabeça.

– Uhum, acabei chutando sem querer. – silêncio. – Jiro, eu não quero te atrapalhar mas... Mas eu...

– Quem é filha?. – Uma senhora de mãos sujas de tempero, avental e um rabo de cavalo apareceu na porta.

– Muito prazer. – Me curvei. – Eu sou Momo Yayorozu.

– Ela é da U.A, mãe. – Vi a Sra. Kyoka abrir um sorriso.

– Uma de suas amigas?. – Para a minha surpresa Jiro confirmou que sim. – Se é uma de suas amigas então a convide para ficar.

– Eu não estaria atrapalhando?. – Não que eu não quisesse entrar, mas fiquei envergonhada demais para aceitar. – Vocês podem estar ocupadas.

– Claro que não. – Jiro respondeu um pouco envergonhada. – Entre, mamãe está fazendo onigiris. – A menina a frente segurou em minha mão e me puxou para dentro de sopetão.

Quem entrasse na casa de Jiro claramente saberia que se tratava de uma família que admirava música. Dois sofás cinzas meio azulados indicavam o meio da sala, me sentei em um observando a estante de madeira com vários vinis de música na parede ao lado da porta. A direita do sofá uma parede lateral de madeira com obras de artes e discos em uma prateleira, no chão um auto falante.

– Oh!. – exclamei. – quantos discos de vinil.

– Meus pais são músicos profissionais, papai principalmente. – Explicou. – Mamãe se aposentou quando eu nasci para cuidar mais da casa.

– Então você cresceu com música?. – Confirmou com a cabeça.

– Sim, estudo música desde criança, meu instrumento favorito é o baixo. – Os olhos dela brilhavam enquanto falava, era lindo de se ver. – Você toca algum instrumento?

– Só piano. – Senti as bochechas arderem por ser pega a olhando.

– Piano?. – Exclamou.

– Sim, vovó me colocou em aulas quando pequena, continuei a aprender e toco até hoje.

– Você deve ser muito boa. – A mãe de Jiro apareceu na sala trazendo uma travessa com senbeis. – Aqui, comam um pouco. – agradecemos.

– E aonde está o seu pai?. – Perguntei curiosa mordendo um pedaço do snack.

– Ele está em uma viagem de negócios. – Respondeu rápida. – Voltará amanhã.

– Meu marido é um músico bem ocupado. – A Sra. Kyoka se sentou conosco. – Eu também era antes de Jiro nascer, mas não me arrependo de ter parado para cuidar dela, é lindo ver seu progresso e sua dedicação na música e nos estudos.

May Cherry TreeOnde histórias criam vida. Descubra agora