LAURA
De novo, eu estava em uma cama que não era minha, mas diferente da outra vez, eu não estava sozinha. Minha cintura estava rodeada pelo braço forte de Serge, era como uma desculpa perfeita para que eu não pudesse fugir na calada da madrugada.
Não foi difícil de recordar de todos os momentos naquele carro em movimento, nem das suas palavras tão nuas e cruas em relação a nós dois. Em parte, isso era tremendamente assustador porque significava que havia algo maior que nos envolvia, mas por outro lado, eu me sentia… sortuda? Satisfeita? Eu me sentia feliz… Feliz porque ele parecia gostar de mim.
— Toda a minha fortuna pelos seus pensamentos, pequena piloto.
Meu interior sorriu, rendido a sua voz rouca pela manhã. Girei meu corpo para ficar de frente a ele, Serge se mantinha de olhos fechados, mas seus lábios estavam curvados em um sorriso lindo. Estiquei os dedos até sua barba, contornando ela por inteira, depois suas sobrancelhas.
— Você não foi embora — constatou, finalmente abrindo os olhos.
— Tinha um cara me prendendo igual um coala, então não consegui.
Sua risada vibrou pelo quarto, e naturalmente eu estava sorrindo para ele, totalmente vulnerável às suas ações.
— Ah, eu deveria agradecê-lo, então — sorriu. — Não sei o que faria se acordasse e não encontrasse minha doce piloto do meu lado.
Minha.
Por que parecia tão… real? Por que eu sentia como se milhões de borboletas estivessem no meu estômago?
— Odeio quando fica pensativa, sabia? Você sempre faz algo impulsivo depois.
— Isso não é verdade — me defendo. — E só estou pensando na despedida de solteira da Hannah.
— Despedida de solteira? — arqueou a sobrancelha — Espero que não estejam pensando em colocar homens seminus nessa despedida.
— Talvez completamente nus.
— Laura — e lá estava o tom ciumento de antes. — Você não vai ver nenhum homem pelado por aí.
— Eu vi você.
— Eu sou exceção, você pode.
Dei risada.
— Eu posso ver quantos homens eu quiser, querido russo — afirmei, desfazendo do seu toque e me arrastando para a beirada da cama. — Sou uma mulher adulta e muito bem solteira. Acho que já falamos sobre isso.
— E acho que deixei claro que está no meu território.
De costas para ele, me mantive sentada na cama. Pelo jeito, eu não era a única que se lembrava completamente da noite passada. Senti quando o colchão afundou, e mãos grandes e quentes deslizaram pelos meus braços. Seu toque desarmou todas as memórias mais sórdidas da noite passada, a forma como me tomou, o jeito como me olhou como se eu fosse sua, suas palavras…
— Tudo o que eu disse noite passada é a mais pura verdade, Laura.
— Não fala isso. Por favor… — fechei os olhos — não fala isso.
Sua boca pousou em meu ombro, depositando um beijo simples, sem segundas intenções.
— Eu quero você de formas inimagináveis — sussurrou, fazendo uma trilha de beijos em meu corpo. — Foi tão difícil não ligar para você de tão longe. Eu não sabia se deveria depois de como as coisas terminaram da última vez, mas eu quis tanto você comigo que larguei tudo e voltei.
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Nas Alturas •CONCLUÍDA•
Romance+ 18 | Quais as chances de encontrar a pessoa certa no casamento dos seus melhores amigos? Laura O'brien sempre teve prazer de ficar nas alturas e observar aviões, por isso, contra tudo o que sua família gostaria, se tornou piloto. O amor ficou nas...