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Ja era manhã quando Arisa levantou de um sono profundo que quase não teve fim. Imagens de terror e desespero inundaram a mente da garota, seu sonho já estava se transformando numa tragédia de alguns anos atrás quando Arisa acordou assustada respirando com certa dificuldade. Ela sentiu a luz quentinha do sol aquecer sua pele e ao olhar para o céu, teve que semicerrar os olhos para o brilho forte do dia.
Era um milagre, ela estava viva.
Tateou o próprio corpo percebendo que estava vestindo uma camiseta bem maior do que ela, antes de notar o par de olhos verdes escuros a analisando de cima.
— Ela acordou — Disse a dona dos olhos verdes se virando para trás.
Arisa franziu o cenho, piscando os olhos devagar conforme se acostumava com a claridade do sol da manhã e voltou a observar a menina de olhos verdes e cabelos loiros até a reconhecer como uma das ninjas da areia. Não se lembrava de ter ouvido o nome dela mas logo outros pares de olhos se aproximaram para a analisar também como se Arisa fosse uma paciente numa mesa de cirurgia.
Tentou se mexer quando viu os olhos vermelhos de Shoto Takami se aproximarem mas seu braço e sua perna doeram, a fazendo grunhir desconfortável. O rapaz deu um sorrisinho de contentamento ao ver que Arisa estava viva, talvez estivesse apenas um pouco aflita com o que aconteceu na noite anterior mas pelo menos estava viva.
Ele não pediria por explicações, tinha visto os corpos mortos daqueles caras e o estado das roupas de Arisa quando a encontrou desacordada e encharcada de sangue.
— Você deu sorte — Disse Shoto, verificando a temperatura em sua testa e fazendo a sentir o calor natural de sua pele enquanto Arisa tremia de medo — Mas seus ferimentos estão maravilhosamente repulsivos.
Que tipo de observação era essa? Parecia até que ele se divertia com seu sofrimento.
Arisa chiou incomodada.
— Achei que você mostraria um pouco mais de gratidão — O garoto de olhos vermelhos disse enquanto Arisa só conseguia reparar na luz do sol refletindo em seus cabelos negros e em sua pele morena — Teria morrido de hemorragia se não tivesse sido encontrada.
— E por que eu deveria confiar em quatro estranhos de uma aldeia que não conheço? — A princesa replicou, falhando em tentar se levantar novamente.
O corte na perna não parecia tão péssimo na noite anterior.
Ela só queria ir para casa e passar um dia inteiro numa banheira para limpar essa sensação suja de seu corpo.
