Bangkok

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So Wake me up when it's all over
When I'm wiser and I'm older
All this time I was finding myself
And I didn't know I was lost

O despertador toca.
Num quarto escuro em Bangkok, Carolina tateia o celular e faz a música parar.
--"Meus deuses, o que foi que bebi ontem?", pensa ela, antes de abrir os olhos.

Carolina senta na cama e dá um suspiro, alcança uma cigarreira no chão ao lado da cama, saca um cigarro, usa seu "isqueiro da sorte" para acende-lo:

--Ok, garota, coloque seu traseiro lindo pra se mexer e vamos levantar vôo!, diz a si mesma.

No banho, ela relaxa enquanto a agua cai em sua cabeça escorrendo por todo seu corpo.
Acordar após uma noite de bebedeira na Tailândia requer tempo e ela não se apressa.

No mochila ela procura algo pra vestir:
--saia longa? Vestido? Essa bata e short?Que dúvida!!!

Ela não tem muitas opções, na verdade são só essas mesmo: um short, saia longa, uma bata, um vestido, um biquini, três calcinhas e nenhum sutiã. Um boné e uma bandana, óculos escuros, a cigarreira e o isqueiro, a carteira de tecido com o passaporte mais carimbado que já se viu, notas de várias moedas diferentes e dois cartões bancários.

Ela queria o vestido mas o cheiro impregnado no mesmo devido a dias de uso sem lavar, a fez desistir. Short e bata, então.

Vestida, ela se olha e joga um beijinho pro espelho.

--Hora de ir!!Mas antes, pagar a conta.

Na recepção Carolina assina o check out, se despede da recepcionista:
-- Nalanda, me mande mensagem assim que o bebê nascer! Estou doida pra ver a carinha desse moleque, porque vai ser menino, eu te disse!!

--Mas você não desiste dessa idéia não é? Ja disse que tenho certeza que será menina!! Sua boba!!, fala Nalanda enquanto sorri pra Carolina.

As duas se abraçam e Carolina sai, na porta, uma ultima olhada e um aceno.

Seu destino agora é o centro de Bangkok. Já passa do horário do almoço e a fome aperta.

--O que como hoje? Espetinho? Um lamen?

Ela olha todas as opções disponíveis nas ruas, mas um restaurante acaba sendo o escolhido, a ressaca começa a bater e ela precisa se sentar.

--O que vai querer, senhorita?, pergunta a atendente.

-- Um caldo por favor, preciso curar a ressaca!, diz ela, passando a mão na barriga.

A atendente sorri e sai pra trazer o pedido.

Carolina come saboreando e fazendo muito barulho com a sopa. Tão concentrada ela estava, que não percebeu que alguém se aproximou de sua mesa.

Debruçada sobre o prato, de repente ela percebe uma pessoa parada a sua frente, com a colher ainda na boca, ela eleva os olhos e encara o homem que a olha com um ar de riso:

-- Olá!, diz ele.

Carolina tira a colher da boca e o encara sem dizer nada.

O homem ainda sorri, mas agora meio jeito:

--desculpa, não quis te atrapalhar, só queria mesmo te dar um oi e saber como estava, depois de ontem achei que estivesse de ressaca.

CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora