O Rio que Amava o Mar

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Notas iniciais:

Gostaria de dizer que é tudo culpa da isabeli, e é isso. 

(eu ouvi O Rio que Amava o Mar no repeat, parabéns jacqueline)



𝑷𝒔𝒚𝒉𝒊

CAPÍTULO ÚNICO: O Rio que Amava o Mar

"The fall

The water falls

Just like my heart

That falls for you"

— O Rio que Amava o Mar (The Fall), Thalles Cabral.

Aconteceu por engano — ou destino, quem sabe.

Seonghwa estava distraído e se descuidou — não que isso fosse de algum modo ruim.

A luz da Lua Cheia se entrelaçava nas diversas folhas das grandes, fortes e incrivelmente velhas árvores, iluminando escassamente certas partes da floresta, envolvendo-a em uma tonalidade prateada e conseguindo deixá-la ainda mais bela e mística.

As águas límpidas do rio também se encontravam, parcialmente obscuras, por conta de toda a vasta vegetação e pouca luz, mas isso não era nem um pouco inconveniente para maioria dos seres que ali viviam.

E uma das provas era que Seonghwa estava perseguindo um cardume de salmões, sempre fascinado pela cor vibrante das escamas deles. Era época de desova, então havia milhares de peixes vermelhos nos Rios, o que também significava que Seonghwa não os deixava em paz um segundo sequer — já até perdera as contas de quantos sapos já haviam coaxado para si em irritação por conta de sua animação.

Foi apenas quando ouviu um som que jamais havia escutado antes que finalmente notou o quão longe estava de uma de suas florestas preferidas. Seonghwa esqueceu-se imediatamente das centenas de peixes ao se deparar com um cenário completamente diferente do que estava habituado.

O que havia roubado a sua atenção era um estalido estridente, com paradas tão curtas que eram esporádicas. Lembrava-lhe o tinido de botos, porém mais alto e potente. Quando finalmente localizou da onde vinha o barulho, ficou ainda mais curioso: o animal parecia deveras com um boto, entretanto, a boca e a barbatana eram diferentes. Muito provavelmente eram da mesma família. E foi apenas por isso que Seonghwa tentou nadar para que ficasse mais próximo.

Porém algo que nunca sequer pensara que um dia aconteceria, aconteceu: fora repelido.

Aquilo não havia como acontecer, afinal, Seonghwa era parte da água, ele era água, e desde quando água repelia água? Apenas quando notou que o líquido a sua frente era de um tom de cor e de comportamento diferente da onde estava que um pensamento súbito lhe ocorreu: água salgada e água doce não se misturavam.

Seonghwa havia encontrado o Mar! E, pela primeira vez em todos seus éons de vida, se apaixonou.

Não demorou muito para Seonghwa perceber que só conseguia chegar tão perto da água salgada em algumas ocasiões. Enquanto tentava entender quais dias podia ir até lá para explorar e por quanto tempo, acabou fazendo amizades com outros seres que moravam por perto e descobriu que tal evento era chamado de pororoca; o Mar avançava rio adentro, o que causava ondas tão grandes que na maioria das vezes acabavam destruindo algo — porém esse lado ruim jamais lhe impediria de agir, afinal a água salgada podia repelir-lhe, mas não machucar-lhe.

Descobriu que os animais que haviam despertado a sua curiosidade em sua primeira aventura eram golfinhos, e que sim, eram da mesma família dos botos. Depois de um tempo, também descobriu algo novo: os salmões também viviam em águas salgadas, mas a compleição deles mudava, assim que adentravam o Mar: os peixes ficavam azuis e o formato da boca deles também mudava. Achava simplesmente intrigante.

Seonghwa também descobriu que os predadores do Mar eram chamados de tubarões e que eles eram definitivamente mais perigosos que crocodilos, claro, se provocados. Na verdade, haviam muitos animais perigosos, contudo, isso obviamente não o impediu de tentar amigar com os mesmo, até porquê não havia como eles lhe ferirem. Só era um pouco aterrorizante vê-los fazerem outros animais de presa, mas isso era o ciclo da vida e não é como Seonghwa já não tivesse visto esse tipo de situações, afinal, nos Rios também havia um ecossistema a ser mantido.

Toda vez era uma nova descoberta. Mas Seonghwa é uma criatura imortal com muito tempo vago em mãos, então é claro que chegou uma hora em que conseguia reconhecer tudo a sua volta.

Contudo, o Mar não perdeu a graça para si. Havia aprendido a amá-lo assim como amava os riachos, Rios e outros corpos de água que conheceu, mesmo que nunca tenha-os adentrado.

Mas um dia, Seonghwa encontrou algo novo.

Assim que chegou aonde o Mar encontrava Rio, Seonghwa percebeu que havia algo diferente.

Por conta do recente desastre que os humanos haviam causado por ali, o Mar estava uma zona — e, para a surpresa de ninguém, aquilo tinha lhe deixado tão furioso quanto quando humanos faziam algo contra a flora da onde vivia —, mas agora a paisagem se encontrava quase como antes, muitos animais marinhos já até haviam voltado a circular.

Foi naquele dia que Seonghwa confirmou as suas suspeitas: assim como Rios, pântanos e lagos, o Mar definitivamente também possuía guardiões.

Olhando por todo lado, tentava ansiosamente encontrar o ser responsável por ajudar a natureza salina. Estava tão focado em encontrar tal criatura, que quase não viu o gigante hipocampo em sua afobação.

Porém, não havia sido realmente o hipocampo que havia lhe chamado a atenção, e sim, o fato de que alguém estava montado na criatura.

Soltou uma exclamação ao enfim notar que era uma forma humanóide com uma tez tão clara que refletia as cores da cauda do hipocampo ao mesmo tempo em que quase se tornava invisível contra a fronte branca do animal.

O som que fizera parecia ter sido alto suficiente para chamar atenção, pois ambos seres místicos se viraram para si, parando em suas trilhas.

Todos os tipos de ninfas eram conhecidas pela beleza imensurável, mas ali, naquele momento, Seonghwa entendeu o porquê de tantos se encantarem com a formosura e características que as raças possuíam, cada uma forma diferente mesmo que nas mínimas coisas.

Seonghwa havia se apaixonado à primeira vista, pela segunda vez na sua vida. Entretanto, será que era realmente correto dizer isso quando sua primeira paixão foi o Mar, o mesmo que havia originado Mingi? Mas só teria esse tipo de pensamentos depois de descobrir quem ele era.

Por enquanto, faria de tudo para tentar fazer com que aquela belíssima entidade imortal se apaixonasse por si também.

Notas finais:

 pse galera entrei em mais um projeto e não me arrependo

E SIM MINHA PRIMEIRA FIC DO SUNIVERSE EH O MEU DEBUT NA TAG DO ATEEZ 🙏🏻

♡ um obrigado em especial pras adms do projeto e outro obrigado pra @Miiko por ter betado esse bebê e para @hotk pelas capas lindas ( ˘ ³˘)♥

— Beta responsável: @Miikko

Autoria de: @jaentle

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