Blame the Stars

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Xiao Zhan odiava poucas coisas na vida. Na verdade, além de chuchu e de sua capacidade absurda de transpirar, o moreno não odiava mais nada. Até que o mês de dezembro começou e ele passou a odiar as terças e quartas-feiras. O motivo? Bom, seu namorado trabalhava o dobro naqueles dias e chegava em casa tão cansado que cochilava durante a breve refeição que conseguia fazer antes de desmaiar sobre a cama. Xiao Zhan desconfiava que se um meteoro caísse naquelas horas, não acordaria Wang Yibo.

Seu namorado trabalhava como gerente de um grande restaurante e obviamente, durante o mês de dezembro, o movimento aumentava consideravelmente, já que todos faziam festas, jantares e confraternizações quase todos os dias. Claro que o pagamento seria  em dobro também, mas o Xiao não conseguia não sentir o coração apertar ao ver o rosto cansado do outro sempre que chegava em casa. Ele mesmo sentia o aumento no trabalho, já que tinha uma floricultura e flores eram sempre um bom presente a ser dado em qualquer ocasião.

Com um suspiro, levou a caneca com chá mais um vez aos lábios, apertando o edredom no qual estava enrolado. Apesar de ser inverno, o céu estava limpo, tão escuro que as estrelas estavam especialmente mais reluzentes. Se não estivesse enganado, até mesmo a via-láctea podia ser vista, apesar das luzes da cidade. Estava sentado na varanda a algum tempo, suportando o frio, porém feliz por poder apreciar aquela visão.

Olhou mais uma vez o celular, vendo que os ponteiros já marcavam onze da noite. Suspirou, fechando os olhos brevemente.

Até ouvir a tranca da porta fazer barulho e o som característico do chaveiro do namorado anunciar sua chegada.

— Zhan-ge, cheguei!

Após um breve silêncio, a voz de Xiao Zhan foi ouvida no apartamento.

— Aqui na varanda, Bo-di.

Deixando a mochila no sofá, Wang Yibo caminhou até à varanda, aproveitando para esticar os braços e a coluna, com certeza pediria pela massagem mágica que apenas o namorado sabia fazer. Chegando ao encontro do outro, sentiu o coração derreter apenas com a visão do moreno escondido debaixo de todo aquele grosso edredom, com uma caneca em mãos e o sorriso radiante, que sabia ser por sua chegada.

— O que meu amor tá fazendo aqui sozinho nesse frio? — Abaixou-se, apoiando os braços no joelho do outro, dando um demorado selinho nos lábios macios.

Sorrindo, Xiao Zhan arrumou um pouco dos cabelos castanhos que estavam bagunçados. — Nada, tava te esperando, olhando o céu um pouquinho. Mas é uma pena que as estrelas não vão ficar mais tão visíveis agora.

— É? Por que não? — Perguntou o menor, apoiando a cabeça nos joelhos alheios, aproveitando o carinho que recebia.

— Porque... — Xiao Zhan baixou a cabeça, encostando os narizes gelados num beijo de esquimó — ...a lua acabou de chegar e o brilho dela é maior que qualquer outro.

Yibo certamente não esperava por aquilo, e tentando esconder o embaraço, bagunçou o cabelo do moreno.

— Que clichê, Xiao Zhan. Não sabia que você era assim. — Mesmo tentando não demonstrar, as bochechas estavam levemente coradas.

Xiao Zhan amava o fato do namorado se sentir constrangido com poucas palavras, já que era alguém de mais ação. Então sempre se deleitava quando conseguia arrancar do outro aquele tipo de reação e nem precisava se esforçar tanto para aquilo.

— Certo, certo. Vem cá então que eu quero te mostrar uma coisa. — Yibo levantou-se, estendendo a mão para o namorado, que agora lutava para conseguir se desenrolar do edredom.

Apoiando-se no parapeito, já com o namorado em seus braços, Yibo olhou o céu, como se procurasse algo.

— Ali. — Apontou a estrela que aparentava ser a mais brilhante. — Olha aquela estrela, Zhan-ge. Sabe por quê ela brilha tanto daquele jeito?

Yizhan -  Bo Jun Yi XiaoOnde histórias criam vida. Descubra agora