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A primavera havia finalmente chegado, eu ansiava pelo pôr do sol, pois, era quando se iniciava uma festa tradicional da minha família que comemorava a chegada da minha época favorita do ano.
Debaixo das grandes árvores de Ipê amarelo, eu descansava sobre o peito de Tobirama, que passava os dedos de forma carinhosa dentre os fios macios do meu cabelo. Era muito comum estarmos nesse jardim quando tínhamos algum tempo. Eu não havia contado que iria embora, mas pedi que naquela manhã ele passasse um tempo comigo.
Eu não morava em Konoha, mas cumpria missões afim de ajudar meu amigo de infância, Hashirama. Embora eu também fosse uma Senju, nasci em um refúgio que algumas famílias do clã criaram para que seus descendentes crescessem longe da guerra. Naturalmente, o lugar era extremamente difícil de encontrar, afinal, queríamos evitar conflitos, nem mesmo membros do clã Senju que não nasceram em tal refúgio sabia de sua localização.
Faz mais ou menos três meses que eu não retornava ao lugar onde nasci, mas eu jamais perderia a festa de Primavera. Me afastei do calor agradável do corpo do Senju mais novo e me sentei na grama fresca.
── Preciso ir andando ── me espreguicei.
── Onde vai? ── Perguntou apoiando seu queixo em meu ombro.
── Não posso ficar em Konoha para sempre, Tobirama. Tenho que voltar para casa.
── Você já vai embora? ── Seu tom era levemente decepcionado. ── Não pode ficar mais um pouco? ── Abri um pequeno sorriso e virei meu rosto para olhá-lo.
── Sinto muito. Preciso chegar lá antes do pôr do sol.
── Mas quando você vai voltar?
── Vai sentir muito a minha falta, não vai? Eu sei, eu sei, seus dias não são os mesmos sem mim por perto ── digo abrindo um sorriso convencido.
── Não seja convencida, S/N. Hashirama é quem sempre sente sua falta quando você vai embora.
── Ué, mas da última vez que estive fora não era você quem vivia perguntando se eu já tinha voltado? ── Seu rosto ficou levemente avermelhado.
── Quem te contou isso? Meu irmão? ── Sua voz soava um pouco irritada e envergonhada.
Fiquei de pé, bocejei e olhei a feição irritada do Senju que ainda estava corado. Coloquei minhas mãos uma de cada lado de suas bochechas e ele abriu um leve sorriso.
