Capítulo 32 - Anahí's POV

2.1K 104 9
                                    

Naquele momento eu me perguntava se alguma vez na vida havia sido tão feliz.
Até mesmo a ideia que eu tinha de felicidade parecia pequena perto do que eu sentia quando estava com ele. E ouvi-lo dizer tão abertamente que estava apaixonado por mim, dava-me a impressão de que eu estava em algum lugar muito próximo do paraíso.

Anahí: Eu amo você, Poncho. – Sussurrei. Cedo demais para dizer aquilo, eu sei. Mas foi completamente impossível controlar. As palavras saltaram de minha boca e quando me dei conta do que falara já era tarde demais. Ele, no entanto, não respondeu. Talvez, por sorte, não tivesse ouvido. – Poncho? – Chamei-o e considerando a minha falta de resposta, deduzi que ele havia adormecido. Bem, eu iria fazer o mesmo. Fechei meus olhos, e todas as imagens da noite anterior vieram-me a mente, e nessa altura, eu já nem tentava espantá-lo de meus pensamentos. Sabia que seria em vão. E foi pensando nele que eu adormeci.

Quando abri meus olhos, Alfonso não estava ao meu lado, e meu celular tocava insistentemente. Droga. Havia me esquecido completamente que prometera passar o final de semana com Paulina, minha melhor amiga. Ela acabara de terminar um relacionamento e estava, digamos que, bem deprimida. 
Levantei apressada, caçando minhas roupas pelo quarto. Foi aí que eu ouvi o barulho do chuveiro. Devidamente vestida, afastei a porta presenteando meus olhos com Alfonso tomando banho. Parei encostando-me no batente e me coloquei a observá-lo.

Alfonso: Vem cá. – Chamou-me, assim que me viu.

Anahí: Preciso ir embora.

Alfonso: Pra onde?

Anahí: Para a casa de uma amiga. Ela está com uns problemas e eu prometi que passaria o final de semana com ela. Brigadeiro, filmes, conversa e muita tequila.

Alfonso: Tinha pensado em algo diferente para o nosso final de semana. – Lamentou, puxando a toalha branca e secando-se.

Anahí: Desculpe, eu não posso. – E acreditem, eu lamentava tanto quanto ele. Era fato, a presença dele me viciava e era difícil, lê-se muitíssimo difícil, deixá-lo.

Alfonso: Não mesmo? – Perguntou, aproximando-se de mim.

Anahí: Não faça isso! – Pedi com um meio sorriso. Ele suspendeu a sobrancelha me encarando, e eu alternava a minha atenção entre os olhos dele, o peitoral nu ainda um pouco molhado, e aquela toalha branca amarrada à sua cintura que gritava para que fosse arrancada. – Você sabe bem que se você me abraçar agora eu desisto do mundo para ficar com você.

Alfonso: Ah é? – Encarou-me abrindo aquele sorriso que me encantava. E então envolveu meu corpo com seus braços deliciosamente fortes. – Então fica.

Anahí: Poncho. – Suspirei – Juro que não posso. Paulina está mal e precisa de mim.

Alfonso: Mas eu também preciso. – Preciso dizer que eu estava desesperadamente encantada com ele?

Anahí: Mas você não está mal. – Rebati reunindo o pouco de força que ainda me restava. Seria muita maldade deixar Paulina chorando o dia inteiro em casa, enquanto eu me divertia de todas as maneiras com Alfonso. – Me desculpe, mas eu preciso ir.

Alfonso: Sério? – Perguntou com uma carinha de cachorro sem dono que derreteu meu coração.

Anahí: Uhum. – Assenti.

Alfonso: Sendo assim, eu te levo pra casa.

Anahí: Obrigada. – Agradeci levando meus dedos até os fios negros, massageando levemente o seu couro cabeludo.

Despedir-me de Alfonso na porta do meu apartamento não foi nada fácil. Queria puxá-lo para dentro e passar o dia todo agarrada à ele, mas as vinte chamadas perdidas de Paulina em meu celular me lembravam que eu devia cumprir meus deveres como amiga. E assim seria.

Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora