12. Suspeitas crescentes

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Mais rápido do que esperava, as férias de Emily terminaram no dia em que o Expresso de Hogwarts retornou com o resto dos alunos. Os dias de calmaria, com a sala comunal vazia e o salão principal quieto, foram brutalmente substituídos pelas multidões de crianças e adolescentes, que se amontoaram pelos corredores para atualizar uns aos outros sobre como passaram as festas.

Foi divertido para a Sommers ouvir as histórias de seus amigos, que soavam mais caóticas do que ela conseguiria imaginar. Os Parkinson tiveram um problema com uma invasão de gnomos em seu quintal, onde foi realizada a ceia, e os Greengrass exageraram no vinho, causando alguns acidentes envolvendo velas e vestidos. Por um momento, foi fácil se esquecer que seu Natal não tinha sido como esperava.

Ainda assim, o presente que recebeu tornou o feriado ainda mais festivo, pois, pela primeira vez em dias, Emily conseguiu ter uma noite de sono completa, sem ter nenhum tipo de pesadelo e sem ouvir vozes nos corredores da escola. Esse simples fato já era capaz de colocar um sorriso em seu rosto.

O ritmo das aulas voltou mais intenso do que antes, os professores pareciam determinados a pregar na mente de seus alunos o fato de que estavam se aproximando das provas finais, mesmo que estivessem a meses de distância. Era muito melhor e mais fácil para os jovens se preocupar com a primeira vitória do time da Sonserina naquela temporada, contra a corvinal, do que com testes que demorariam a chegar.

— Acredito que a final estará entre a Lufa-lufa e a Sonserina, o novo apanhador deles é muito bom! — disse Pansy, se curvando por cima da mesa da biblioteca. — Melhor do que o nosso, com certeza, mas não deixe Flint saber que eu disse isso...

— SHH!

— Desculpe, Madame Pince. — ela se desculpou com a bibliotecária, mas voltou a sussurrar quando deu as costas. — O que você, acha?

Emily ergueu os olhos do pergaminho de feitiços que escrevia, tentando repassar em sua cabeça os jogos que tinha assistido até então.

— Depende do próximo jogo. Se a grifinória ganhar, passa os pontos da nossa casa. — respondeu, numa voz bastante baixa. — Mas soube que o Snape é quem vai apitar, então a sorte deve estar ao nosso favor.

— Será que vocês duas podem ficar quietas? — pediu Michael, num sussurro gritado. — Estou tentando me concentrar aqui.

Levianamente acreditando que quando as garotas mencionaram que iriam estudar na biblioteca, elas realmente estariam estudando, o Fawley escolheu as acompanhar, procurando um ambiente silencioso para terminar seus deveres que estavam acumulados há dias. Seu dormitório, dividido com Blaise, Draco, Crabbe e Goyle, estava longe de ser um ambiente pacífico.

— Foi mal, Michael. Onde a gente estava? — perguntou Emily, voltando sua atenção para o livro aberto entre eles.

— As aplicações da magia das trevas. — respondeu o garoto, com um suspiro cansado. — Eu não sei como o Quirrel foi contratado para esse emprego, eu não entendo nada do que ele fala!

Sua falta de cautela com o tom de voz, fez com que ganhassem mais uma repreensão de Madame Pince.

— Não é tão difícil. — sussurrou Emily. — Mesmo que ele não explique direito, o livro tem todas as informações que precisa.

Com o dedo indicador, ela formou um círculo em torno de um parágrafo, que falava sobre poções, azarações, maldições, criaturas e objetos encantados, logo acima da imagem de um trasgo montanhês, envolto por uma névoa vermelha. Depois de encarar um pessoalmente, sua representação gráfica era bem menos ameaçadora.

— Fácil para você falar, é um gênio da magia, enquanto alguns de nós precisam estudar por dias para ganhar uma nota mediana. — Michael resmungou.

Rise [The Heir]  → H. J. PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora