Estava na hora de dormir

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Eu gostava da cor verde. Sempre amei cores quentes, com uma quedinha a mais pelo rosa e pelo vermelho, mas o verde me prendia de uma forma diferente.
Toda noite, antes de dormir, via aquelas luzes verdes flutuando no meu quarto. Nunca contei delas pra ninguém desde que minha mãe resolveu me levar pra "passear" no psiquiatra por causa da minha "imaginação excessiva".
Mas o verde me envolvia todas as noites, me deixava tranquila e eu podia sonhar.

Nunca gostei de dormir. Sempre achei uma grande perda de tempo. Por que eu deveria me conformar em perder um terço da minha vida? Isso, certamente, não é uma escolha boa.
Ah, quem sou eu pra falar de escolhas?! Tá pra nascer alguém mais indeciso do que Marinette Dupain-Cheng!
Saí do meu transe/paranoia matinal e segui para o banheiro o mais rápido possível. Que eu estava atrasada, não era novidade, mas tinha outra coisa errada. Estava com uma sensação ruim há dias e não consegui identificar o motivo.
Em impressionantes 5 minutos já estava chegando na escola. Claro que eu deixei propositadamente de fora a parte em que eu saí rua afora com um croissant na boca.
De alguma forma milagrosa, não cheguei tão tarde e pude entrar na sala calmamente. Mas é óbvio que eu entrei feito a afobada que eu sou.
Sentei ao lado de Alya, como sempre e esperei a aula de filosofia começar. Apesar de vários alunos odiarem essa matéria, eu sempre achei interessante esses pensamentos malucos que algumas pessoas põe pra fora e se transformam em teorias completamente irracionais ou realmente chegam a fazer sentido. É impressionante como essas pessoas simplesmente ultrapassam todas as outras e desafiam o sedentarismo do cérebro humano. Seria assustador, se não fosse incrível!
Saí do meu segundo transe do dia quando senti um frio na barriga repentino. Estávamos no meio do verão, de onde tinha vindo esse frio todo?
A professora finalmente chegou e começamos a aula.
O frio na minha barriga aumentou quando começamos a debater o assunto. A professora estava comentando sobre a "arte de imitar" que todos nós possuímos: estamos tentados a imitar o que está ao nosso redor, ao invés de criar algo novo. Nesse papo de cópia e imitação, ela comentou que seu marido havia pedido ela em namoro, no ensino médio, imitando uma declaração de um livro. Entramos no embalo e a conversa sobre amor foi rendendo cada vez mais. A cada palavra sentia uma sensação ruim e estava começando a ficar enjoada.
Acho que a Alya percebeu, porque estava me olhando estranho. Acho que eu estava verde...
Ela perguntou se eu estava bem, mas não consegui responder. Tudo estava girando e eu cai.
Antes de desmaiar por completo, vi aquela faixa de luzes verdes ao meu redor.
Estava na hora de dormir.

Fiquei um tempão sumida aqui, então decidi começar uma nova história. Vou fazer meu máximo pra postar essa e Segredos de Dias de Verão sempre que possível. Por hora, gostaram dessa história?

O Brilho Nos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora