Era final de ano, a equipe E resolveu fazer um encontro em Carpazinha, no antigo Sovaco Seco, para que ninguém passasse sozinho, conversavam tranquilos, tentando se apoiar já que as lembranças que aquele ano traziam não eram as mais agradáveis, mas tentavam seguir em frente, era o que eles gostariam.
Faltavam uns minutos para a contagem regressiva todos bebiam, com todos tentando controlar Liz para não exagerar e está ainda acordada no "Feliz Ano Novo".
"Que ano merda." diz Liz entre goles de sua bebida.
"Pode crê." respondeu Cesar fazendo a mesma coisa.
"Gente daqui a pouco eu chego aqui para a contagem." responde Arthur indo em direção do bar onde Ivete estava cabisbaixa.
"Eu vou fumar lá fora, mas volto antes dos fogos." Cesar fala se levantando e indo em direção da porta. "Fica acordada Elizabeth." falava entre risos atravessava pela porta.
Do lado de fora ele sentiu o vento gelado o fez estremecer levemente e colocar o casaco que estava na mão já que esperava a temperatura no ambiente externo.
Todo o lado de fora do bar estava silencioso, e o único automóvel que podia se ver era o que alugaram para chegar até o lugar.
Cesar atravessa a rua mal iluminada e para em frente as covas feitas meses atrás.
"Caramba... quanto tempo..." começa Cesar pegando um isqueiro "eu queria que o Joui estivesse aqui sabe? Ou pelo menos aqui com vocês...." diz ele pegando agora um maço de cigarros "eu falhei com ele... mas não vou falhar com os outros, eu prometo."
Assim que ele fala isso, com o cigarro já pronto para ser aceso com o isqueiro ligado, as poucas luzes se apagam o deixando iluminado apenas pelo isqueiro em sua mão.~Quebra de tempo e espaço~
Arthur com muita dificuldade conseguiu reunir a equipe E que restava, Joui aceitou fácil por não querer deixar ninguém sozinho mais, já Elizabeth recebeu um brinca do mais novo por ser egoísta a fazendo se render ainda a contra gosto.
Agora faltavam minutos para a meia noite e estavam todos desanimados ao redor de uma mesa, Elizabeth quase desmaiada abraçada a uma garrafa de João Daniel resmungava algumas coisas Joui retira a garrafa de Elizabeth e a coloca do outro lado da mesa.
"Eu vou tomar um arzinho Tutu, volto já." diz Joui dando um sorriso gentil e segue para fora do bar.
Assim que fechou a porta do bar as luzes da rua apagam por um tempo apenas uma luz mais a frente, próximas as covas.
Joui caminhou em direção a luz que falhava vez ou outra. Cesar, no susto se vira buscando algo na escuridão em que se encontrava com a luz do isqueiro.
Quando as luzes voltaram os olhos de Joui e Cesar se encontram causando choque em ambos. Joui estava boquiaberto e sentiu seus batimentos falharem, já Cesar assustado deixa o cigarro e o isqueiro caírem de suas mãos e com as mesmas busca sua arma a qual lembrou ter deixado no bar, e xingando-se mentalmente achando que houvera permitido sua própria morte assim.
"Cesar-Kun?" Joui questionava buscando confirmação do que estava na frente dos seus olhos.
"O que merda é você?" Cesar perguntou um pouco alto em desespero.
"Eu eu sou o Joui, o que você é?" perguntou suave mas desconfiado.
"Vo-você não é o Joui, o Joui esta morto" Cesar fala olhando ao redor buscando uma saída segura e Joui franze a testa confuso.
"Você é que está,estava morto?" falava Joui cada vez mais confuso se aproximando devagar para não assustar o outro "é você mesmo Cesar-Kun?"
Cesar volta levanta a vista e vê Joui com os olhos marejados e sente seu coração pesar, não sabia quem era esse Joui, mas queria que protege-lo para que não acontecesse o mesmo que seu amigo.
"Joui? O que aconteceu...com o seu Cesar?"
"Ele...eu não sei porque ele..." Joui já falava com a voz embargada quase chorando. Cesar entende, já que tinha tinha passado pelas mesmas duvidas.
"Vem cá." Cesar falou puxando o outro para um abraço "ele está em um lugar melhor" era isso que se dizia todo dia, para tentar se convencer.
"E o seu Joui, Cesar-Kun? O que aconteceu com ele?" Cesar apertou mais o abraço dessa vez se rendendo as lágrimas levando Joui com ele.
"O mesmo." disse se afastando e secando suas lágrimas assim como o outro "eu também não sei... o porquê..."
Dessa vez, é Joui quem puxa para o abraço, ambos em silêncio, as lagrimas quentes rolavam nos rostos gelados pelo vento gelado e mesmo com a noite fria seus corpos e almas estavam aquecidos pela compaixão alheia.
"Eu sinto falta dele...queria ter dito adeus direito...se eu soubesse..." disse Joui se afastando enxugando as lágrimas que insistiam em cair.
"Eu... eu fiz isso," diz Cesar procurando algo dentre os casacos que usava "para deixar aqui com o os outros mas..." dizia entregando um envelope branco "eu acho que entregar pra você me pareça mais rela... eu sei que eu não sou ele mas... espero que seja suficiente."
"É perfeito." Joui pega a carta e a segura contra seu peito sorrindo "eu não tenho nada para te entregar." falou com seu sorriso transformando-se em uma expressão meio preocupada e triste.
"Não se preocupe, só de poder ver você mais uma vez já me deixa satisfeito." ambos se olhavam mais leves, Cesar recolhe suas coisas caídas no chão e a luz pisca novamente e ao se levantar está sozinho novamente, acende um cigarro apenas para tragá-lo uma vez na frente dos túmulos de seu pai e de Thiago.
"Eu não faço ideia o que aconteceu aqui," diz com olhar meio confuso "mas eu estou de certo modo feliz." fala isso jogando o cigarro no chão e apagando-o com o pé "feliz ano novo gaudérios, feliz ano novo Thiago, feliz ano novo pai, amo vocês...agora é melhor eu entrar de novo, antes que eles venham me puxar pelos cabelos." falou rindo baixo de voltando para o interior do bar onde Arthur o chamava para um brinde.
Joui ao ouvir aquilo apenas abraçou mais forte a carta e viu a luz piscar novamente e Cesar não estava mais lá, sentiu a falta de tê-lo lá porem viu a carta em suas mãos que preencheram o vazio.
Ele se dirige ao bar encontrando Arthur chamando Liz porque faltava pouco para a meia noite.
Joui olha a cena e enquanto esperava Liz voltar a consciência pegou a carta e abriu para lê-la."E aí Joui? A Liz disse que responder você iria ajudar mas acho que não sei fazer bem isso. Enfim, sinto sua falta, não há um dia que eu não peça para que você esteja feliz e em um lugar melhor, que esteja com Thiago, meu pai, e todo mundo, você toma conta deles aí Joui? Diz pra eles que sinto a falta de vocês? Prometo cuidar de todos aqui, não vou falar de novo como fiz com você. E espero que aí tenha onde jogar, para que quando nos reencontramos.
Com amor, Cesar Oliveira Cohen."Joui lê a carta ainda com lágrimas nos olhos, Arthur havia chamados todos para um brinde, Liz vai onde a bebida chama e já estava lá, Ivete sempre ao lado de Arthur e agora Joui que estava ao lado deles todos prontos para a contagem.
A contagem começou, todos com suas bebidas na mão esperando o fim.
"A um recomeço" pensam ao chegar ao fim da contagem.
Sorrisos leves e olhos marejados acompanhavam os abraços e um som de fogos ao fundo vindo da cidade de Carpazinha.
Era isso que significaria esse ano, um recomeço, uma tentativa de proteger os que ficaram, e lembrar dos que se foram.E aí? Gostaram? Foi um especial e espero que tenham gostado.
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See You Again
FanfictionFim de ano e a equipe E resolve passar na cidade de Carpazinha, e lá ocorre um encontro inesperado. Crossover entre Sayonara e Satisfeito.