Capítulo 12

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Natasha estava tentando não entrar em pânico. Mesmo depois de tantos anos reinando em Illéa, não ficou mais fácil lidar com certas coisas, ainda mais quando envolve rebeldes.

Respirou fundo algumas vezes, antes de ler novamente aquela carta ameaçadora. Não teme por si mesma, pois sabe que é capaz de defender a si mesma. Ela teme pelos filhos e pelas garotas da seleção que estão sob seus cuidados.

Os cuidados reais.

Se algo acontecer a elas...

— Está ficando cada vez mais difícil controlar isso. — Howard bateu com o jornal na mesa, e assim que o estalo ressoou pelo escritório, ele sentiu um calafrio percorrer seu corpo.  — Precisamos nos reunir  pm o Conselho. Isso precisa parar.

Além de receberem uma carta ameaçadora dos rebeldes sulistas, receberam também a notícia de que cinco provincias haviam sido atacadas durante a noite.

— Não há muito o que fazer, por enquanto. — Natasha diz, respirando fundo. — Estamos sendo pacientes até agora... mas, precisamos tomar uma atitude. Os sulistas estão passando dos limites.

Sempre existiram rebeldes. Desde que a monarquia foi implantada. Porém, com o passar dos anos, as atividades foram se intensificando e passando dos limites.

A rainha escreve, pessoalmente, as cartas de condolências para com as famílias que perdem seus entes queridos durante ataques — que são, em sua maioria, pessoas de castas superiores.

— O que eles estão pedindo é impossível. — Howard adoraria tomar uma boa dose de whisky, mas sabe que se tocar em uma garrafa, terá que enfrentar a ira da esposa. — E não podemos ceder as ameaças de terroristas.

— Sim, concordo. Encerrar a seleção está fora de cogitação. — Essa é a exigência dos Sulistas.

A seleção foi iniciada como uma forma — indireta — de distrair a população. Uma jogada de mestre e muito manipuladora, isso ninguém pode negar. Contudo, a distração é mais do que necessária quando o povo de Illéa parece estar se enfurecendo pouco a pouco com a monarquia e as castas. 

— Vamos reforçar a segurança do Castelo. Se algo acontecer a alguém aqui dentro... — Howard sentiu vontade de bater a própria testa na parede. — E um pronunciamento oficial pode ajudar.

— Jasper irá participar? Como futuro rei precisa estar ciente do que acontece. — Natasha massageia as têmporas, com cuidado. — Talvez seja mais seguro se diminuirmos o número de selecionadas. Considerando toda a tensão...

— Jasper pode achar que estamos pressionando ele. — Howard suspira. — E não acho que seja necessário. Já sabe alguma coisa sobre a possível escolhida?

— Ele não mencionou nada. — A rainha revira os olhos. — Mas, aparentemente está se divertindo com todas elas.

— Se ele quiser agilizar a escolha...

— Não diga isso. — Natasha ri. — Ele está prestes a escolher a pessoa que irá passar o restos a vida ao lado. Não queremos que seja infeliz com a escolha.

— Só estou preocupado, vermelhinha. — O rei encara a esposa, com certo desespero nos olhos. — Vamos pedir que a segurança fique alerta o dia inteiro.

— Certo, Howie. — Sorri, olhando de volta.

E antes que pudessem continuar a pequena reunião, Natasha olhou para a porta e viu que ela estava entreaberta. Não precisou de muito para deduzir que alguém estava escutando a conversa.

Eliminou as possibilidades uma a uma, até parar em Jasper. Que é cavalheiro demais para isso. E então, só sobrou Violetta.

— Não vai entrar, Vilu? — Viu que seu palpite estava certo, quando princesa de cabelos de fogo adentrou o escritório.

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