Fim.

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Todo o seu dia foi da mesma forma que os outros, mas ela sabia que esse, mudaria sua vida. Escolheu uma data especial, seu aniversário. Não era tão querida, portanto conseguia ficar sozinha constantemente. Observou e abraçou com força todas as pessoas que fizeram sua vida valer a pena. Desabafou seu coração com quem sempre quis, foi incrível por todos e por aquele dia, se sentiu amada.

- Vou fumar.

Foi a desculpa para se manter só. Caminhou pelas ruas daquela cidade escura, estaria usando sua melhor roupa, juntamente com uma maquiagem magnífica, tanto que chamaria olhares de qualquer um que passasse, naquele dia, se sentiu linda. Passou pela praça que mais amou, relembrando seus momentos de quando era menor, naquele dia, tudo havia válido a pena.

Seus passos pararam quando ela segurou no batente de uma grande ponte preta, que por baixo teria um vasto Rio, tão grande e fundo, que foi nomeado como Mar. Tudo nela estava calmo, seus músculos, seu pensamento. não sentia mais dor de cabeça ou tristeza, naquele dia, ela se sentiu em paz. Ouviu o som da água se movendo em comunhão com o vento fresco. Não havia nada nem ninguém, tão silencioso que ficaria até perturbador, mas estava perfeito. Várias perguntas vinham em sua mente:

Eu devo?!
E se amanhã o dia for melhor?!
Eu deixarei saudades?!
E se a vida tiver algo para mim?!

Com tudo isso, acabou ficando ainda mais decidida. Tudo agora estava em seu devido lugar, todos bem, até mesmo ela. Naquele dia, ela sorriu. Ficou ainda mais próxima da borda. Tirou do bolso uma típica carta, a deixando jogada no centro da ponte. Voltou ao seu posto, segurando mais firmemente naquele batente gélido, erguendo seu corpo e agora ficando a um salto de mergulhar. Após lá, nada podia mudar. Pensou na dor física que sentiria, mas depois de tanta dor emocional, isso seria nada. Passou as pernas e o corpo, ficando do outro lado. Virou de costas para o Mar, fechou seus olhos claros e abriu o sorriso mais encantador e elegante que tinha, deixando suas mãos soltas e esperando o vento à levar. Isso aconteceu, e o salto chegou a tona, a menina sentia o vento em todo o seu corpo, lhe causando uma sensação esplêndida de liberdade, mas então uma imensidão de água tomou conta de si, lhe fazendo ter algumas cãibras leves, que não seria comparadas com a tamanha luta que ela teria para respirar, mas chegou a se acostumar, deixando o líquido abraçar seu pulmão e todos os cantos dentro dela. Ela não respirava mais e seu corpo boiou por uns segundos, antes de sumir na escuridão misteriosa daquele Rio. Naquele dia, ela morreu.


Favor não se sentir motivado(a) com a história. Veio de minha profunda mente.

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