único

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lá estava yewon, indescritivelmente linda naquela vestido branco rendado. sua família parecia mais satisfeita que nunca: pai e mãe risonhos usando suas roupas de gala, como mandava o figurino.

eu só conseguia pensar no quão hipócritas eles eram, haviam conseguido me separar de yewon mandando-a para o exterior e depois, trazendo-a de volta já noiva de sungjae. minha cabeça doía quando pensava no que havíamos perdido. tínhamos certeza de que éramos feitas uma para a outra, como almas gêmeas destinadas a ficarem juntas para sempre. tudo isso fora cruelmente arrancado de nós quando os pais de yewon descobriram.

nós fomos amigas de infância, inseparáveis amigas de infância. nossos pais eram amigos e saíam juntos todo fim de semana, mal desconfiavam que nutríamos muito mais que amizade. certo dia, nos viram juntas, nos beijando, e a partir daí tudo começou a desandar.

e graças à isso, achei por muito tempo que não poderia viver esse amor, mas hoje terei minha última chance.

meu coração aflito pedia por uma atitude e eu suava frio como nunca havia feito. quando o padre perguntou se alguém se opunha aquele matrimônio, senti o olhar suplicante de yewon cair sobre mim. eu estava no último banco, longe dos olhares dos pais de yewon. não havia percebido que ela sabia que eu estava ali, mas ao perceber seu olhar, dei impulso para me levantar.

nos minutos em que corri até o altar, o tempo pareceu parar. yewon me olhava como um último fio de esperança, percebi ali que estava fazendo o certo.

— eu me oponho! — disse em tom alto, causando o choque de todos ali presentes. — yewon foi tirada de mim tão abruptamente que nem pude me despedir. o amor que nutríamos uma pela outra fora ignorado e ela foi levada para longe. — a essa altura, lágrimas insistentes corriam por minha face. yewon havia se aproximado de mim, ela também chorava. — eu amo choi yewon e quero poder ter o direito de amá-la sem ser vista como uma aberração ou como um pecado mortal. eu quero viver isso, sentir tudo o que posso sentir, como qualquer casal vive e sente.

— yewon! você não-

— eu irei sim mamãe. não me calarei novamente diante a essa opressão. não me casarei por interesse, não serei a marionete que quer que eu seje. - a mãe tenta agarrá-la mas a impeço. yewon se vira para mim, com um sorriso sereno nos lábios. — meu amor, como sonhei com sua chegada nesta igreja, obrigada por vir me salvar.

— eu te salvaria mil e uma vezes, porque meu amor pode ultrapassar todas as barreiras que nos são impostas. — depositei um beijo em sua testa. — quero viver esse amor com você, guardando todas as memórias que eu posso guardar.

naquele momento, nossa alma se conectou. corremos juntas até deixarmos igreja, corremos livre até sairmos das redondezas. nossas mãos estavam unidas, juntas por muito mais que um contato físico. ao contemplar seu lindo rosto disse:

— te amarei até o meu último segundo.

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𝖑𝖆𝖘𝖙 𝖒𝖎𝖓𝖚𝖙𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora