Do outro lado do mundo

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Desde que foi desenvolvida a tecnologia de teletransporte e foi incluída na genética humana o mundo mudou. Tudo se tornou mais rápido e eficiente, e o estilo de vida mudou também. 87% das pessoas não eram compatíveis com o gene Teleportius, e viviam suas vidas normalmente, já os 13% compatíveis eram os privilegiados.

Não significa que todos eram ricos e bem de vida, mas que tinham mais facilidade em transporte e oportunidades de conhecer o mundo é um fato inegável.

Kim Kai é um descendente de coreano que mora em um apartamento mediano em um bairro simples de Londres. O mestiço tinha sim seu nome coreano, como seguia a tradição de sua família, mas preferia seu nome inglês. Kim JongIn como sua família havia o nomeado era um rapaz de 26 anos de beleza estonteante. A pele morena bronzeada que parecia ter sido beijada pelo Sol era lisa, e os olhos levemente puxados lhe davam um charme. Os lábios grossos e o sorriso brilhante encantavam por onde passava. E quantos já viram esse sorriso.

O moreno era um Teleporter e gostavam de viajar por todos os lugares em suas folgas. Não era tão apegado em lugar nenhum e gostava de se mudar quando tinha condição. Ele tem uma vida tranquila e vive consideravelmente bem. Mas tem algo... Alguém, do outro lado do mundo pra quem o moreno sempre volta.

Do Kyungsoo era outro descendente de coreano, porém diferente do londrino, ele era de Seattle. Havia nascido sem o gene Teleportius, mas era feliz. Era um adulto de 27 anos bem sucedido e resolvido na vida. Já tinha sua casa própria e estava nos preparativos pra inaugurar seu próprio restaurante no início do ano seguinte. Tinha olhos esbugalhados negros e profundos que contratavam com a pele branca. O sorriso de coração e aparência adorável como a de um pinguim eram um ótimo disfarce para a personalidade levemente agressiva e rabugenta.

Como os amigos gostavam de dizer, eram opostos mas se completavam. O Kim era adorável e extremamente alegre e energético, enquanto o Do era mal humorado e se irritava fácil. Kai era alto com seus 1,82 e Kyungsoo era mediano com seus 1,72. Dois polos opostos mas que se atraiam.

A história de como se conheceram é divertida de se contar, Kai estava aperfeiçoando suas habilidades e estava tentando chegar em cidades diferentes. Só que por um erro de cálculo pegou a coordenada errada e caiu no mar. O desespero de estar cercado por azul sem terra alguma a vista, e o fato de não saber nadar o colocaram em pânico, em uma medida desesperada pensou em uma coordenada aleatória e torceu pra não ir parar em um vulcão. Essa coordenada aleatória o levou para nada mais nada menos que o restaurante onde Kyungsoo trabalhava. Mas não podemos nos esquecer do fuso horário. Então em Londres, de onde Kai havia saído eram 18:37 de uma sexta, mas quando chegou em Seattle eram 10:37 da manhã ainda. O susto do mais baixo ao ver repentinamente um moreno molhado e se engasgando se teletransportar para a cozinha do restaurante onde trabalha só não era maior que o alívio de Kai que só conseguiu dizer: "Graças a Deus não é um vulcão!".

Dessa maneira conturbada e aleatória se conheceram e começaram a conversar, uma amizade foi surgindo e um ano e meio depois Kyungsoo pediu o moreno em namoro em um café em Londres. Kai tinha 20 quando se conheceram e Kyung 21. Quando fizeram o pedido já tinham 21 e 22 respectivamente. Um fato curioso sobre Teleporters é que se treinarem podem teletransportar alguém junto com eles. E com anos de prática podiam levar até duas pessoas em suas viagens.

Hoje, com seis anos de um relacionamento estável viviam bem e se amavam muito, ainda viviam separados mas planejando morarem juntos assim que o mais velho conseguissem inaugurar o restaurante. E Kai sempre viajava pelo mundo, as vezes se machucando ou se encrencando nas viagens, muitas vezes levando o Do consigo, vezes não. Mas não tinha com o que se preocupar, pois sempre voltava para seu pinguim rabugento.

E Kyungsoo nunca ligou tanto do moreno bonito ficar passeando pelo mundo, pois se tinha algo que ambos sabiam era que se amavam e confiavam um no outro. Ele tinha o coração do moreno bonito, e não importava, JongIn poderia ir para o outro lado do mundo, mas seu destino final sempre seriam os braços do homem com sorriso de coração.