Desenhos 그림

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                        Kim Taehyung

A popa do navio é mais vazia e aconchegante.

Enquanto Bae conversava com algum desconhecido, eu me concentrava observando um senhor brincando com uma criança.

Como eu estava com meus lápis e papéis, não pude deixar de fazer  um desenho deles.

— O navio é bonito, não é? — Bae perguntou sorrindo.

— É. É um navio irlandês! — O homem com quem o mesmo conversava responde.

— Não é inglês? — ele perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Não, ele foi construído na Irlanda!

Um funcionário do navio passou por nós, segurando várias coleiras com cães.

— Olha só, os safados da primeira classe trazem os cachorros para fazerem cocô aqui. — reclamaram.

— Assim mostra para a gente qual é o nosso lugar na sociedade. — disse irônico.

— Como se fôssemos esquecer! — ele revira os olhos — Sou Chinhae. — o home me cumprimentou, oferecendo sua mão.

— Sou Kim Taehyung. — aperto sua mão.

— Prazer! E você é o Bae, não é mesmo?

Meu amigo assentiu.

— Vem cá, você ganha dinheiro com os seus desenhos? — Chinhae perguntou sem tirar os olhos do caderno que estava sobre o meu colo.

Sorri e assim que iria responder, minha atenção é voltada para uma garota que apoiou seus braços sobre a proa do barco.

Ela tinha cabelos escuros e era dona de uma beleza surreal. Meu coração bateu aceleradamente  e parecia que iria fugir do meu peito quando ela me olhou de lado. Consegui enxergar as mais belas galáxias dentro de seus olhos, que deixam-me cada vez mais fascinado.

— Ah, esquece garoto... — Chinhae a olhou e voltou a atenção para mim — É mais fácil você ver um monte de anjos voando do que se aproximar dela!

Eu não conseguia em nenhum momento tirar os olhos dela. Algo me chamou a atenção e senti uma vontade imensa de conhecê-la, desenhá-la e de nunca esquecer sua feição.

Um homem se aproximou da garota e rapidamente a mesma sai dali com uma feição irritada. Acho que ela seria mais uma burguesa obrigada a se casar com algum homem de negócios.

          Na Sori

Desci para a proa, onde encontrei o capitão com sua farda azul-marinho e de cabelos brancos, falando sobre como a velocidade do navio excelente.

De repente minha atenção é voltada para um garoto me encarando do convés. Ele tinha um olhar misterioso, seus cabelos voavam por conta do vento e tinha consigo um lápis e folhas sobre o colo. Provavelmente seria da terceira classe pelas roupas um tanto surradas.

Andrew apareceu atrás de mim e me impediu de continuar ali. Irritada, entrei para dentro e voltei a me vestir para o jantar da primeira noite no Titanic.

Antes de entrar dentro do meu quarto, pedi que me trouxessem um chá e li um livro no qual eu havia trazido caso ficasse no tédio.

Cumprimentei Margoret e segui para o camarote.

O real motivo do meu casamento era por dinheiro, e eu estou farta de tanto recusar mas nada adiantou. Eu não amo Andrew, e sei que no fundo ele não me ama também.

O objetivo da minha mãe era voltar para a América e ter sua filha casada com um sobrenome de valor, para passar o resto da vida aproveitando uma fortuna.

Eu estava cansada daquilo, estava cansada de tudo. Eu não posso ter a liberdade de escolher com quem vou viver, vou passar o resto da minha vida e amar.

Apesar do Titanic ser esplêndido em sua beleza, eu o via como um terror noturno. Cheio de pessoas superficiais, pareciam mais máquinas do que humanos.

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