Na Sori
Ao sair do quarto entrei em um corredor de carpete vermelho que chegou a uma escadaria linda, toda detalhada. Deparei-me com um salão enorme e cheio de mesas grandes com talheres de prata e o cheiro de porcelana não usada dos pratos era predominantemente. No ambiente tudo dava um ar de elegância e riqueza.
Vivi minha vida toda como se já tivesse vivido, com desfiles infindáveis de festas e bailes, artes, jogos e polos. E sempre com as mesmas pessoas vazias, as mesmas conversas sem conteúdos.
Quando me sentei na grande mesa em que estavam minha mãe, Andrew e alguns funcionários da terceira classe com outros burgueses, recebi críticas de algumas pessoas, inclusive da minha mãe por não cumprimentá-los.
Eu me sentia como se estivesse diante de um grande precipício como se ninguém pudesse me puxar dele. Como se ninguém ligasse, nem ao menos notasse.
Me retirei sem nenhuma expressão, me recusando a tudo que estava vivendo. Pessoas me olhavam de lado por eu estar correndo e esbarrando nelas. Meus olhos ardiam e minhas pernas tremiam, parecia que aquela dor nunca iria sair de dentro de mim.
Chegando na poupa do navio, segurei o corrimão branco, úmido e gelado. Observando as águas agitadas proporcionadas pela hélice, as lágrimas molhavam meu rosto descontroladamente.
Desci por duas barras até ficar do lado externo do navio, apoiei minha mão em um lado e me virei para frente, tendo a total visão daquele imenso mar.
Kim Taehyung
Já era noite e eu estava deitado em um dos bancos da proa do navio, observando o imenso céu estrelado. Era tudo tão lindo, como pode?
Bae não quis me acompanhar porque sentia frio, então escolheu ficar no quarto.
O silêncio emanava pelo local, podia-se ouvir apenas o som do vento. Soltei a fumaça do cigarro que estava em minha mão, sem tirar os olhos da abóbada celeste, até eu ouvir passos de alguém correndo.
Me assustei com a rapidez do indivíduo, o que me vez levantar do banco e pude ouvir seus soluços descontroladamente.
Andei devagar, evitando fazer barulho e pude ver que se tratava de uma mulher que estava a fio de pular do navio. Não se tratava de qualquer mulher, mas sim da mesma que vi mais cedo, a que eu não conseguia parar de encarar.
E ela estava tentando acabar com a sua vida.
Na Sori
Estava frio, muito frio. Pensei em desistir, mas lembrei que se eu voltasse lá para dentro, teria de aguentar murmúrios de pessoas e minha mãe me dizendo o quão ridícula eu fui. Essa é a única coisa que posso fazer para acabar com a minha dor.
Fechei os olhos, me imaginado caindo sobre aquelas águas. Não há mais ninguém por perto, então me estiquei para frente e só precisaria soltar as mãos da barra.
Vamos lá! Eu vou pular em 3...2...1...
— Não faça isso! — olho para trás vendo um homem se aproximar de mim.
— Se afaste. — engulo em seco — Não se aproxime!
— Vamos, me dê sua mão. Eu puxo você de volta! — ele estende sua mão sem evitar contato visual comigo.
— Não! Fique onde está, eu estou falando sério. Eu pulo em... — Volto a encarar o mar, e parece que o medo toma conta de mim.
Encaro o homem novamente e ele tira o cigarro de sua boca, olhando para mim enquanto joga o mesmo fora.
— Você não vai pular. — ele fala baixo, apenas para eu ouvir.
— Como diz que eu não vou pular? — pergunto indignada — Não pense que pode dizer o que eu posso ou não fazer, você não me conhece!
— Bom se fosse assim, você já teria pulado. — ele dá de ombros, convencido.
— Está me distraindo, vai embora! — volto a atenção para o mar, tentando ignorar o indivíduo atrás de mim.
Céus, ele está mesmo me impedindo?
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Titanic | KTH
FanfictionUm artista pobre e uma jovem rica se conhecem e se apaixonam na fatídica jornada do Titanic, em 1912. Embora esteja noiva do arrogante herdeiro de uma siderúrgica, a jovem desafia sua família e amigos em busca do verdadeiro amor. • Especial de 2 ano...