Nunca escrevi nada com uma temática mais triste antes, mas fiquei feliz com o resultado, espero que gostem também.
ATENÇÃO: a história pode conter gatilho para algumas pessoas, retrata depressão e ansiedade.
Boa leitura!
[...]
Dezoito de setembro de 2018, uma sexta-feira ensolarada, eu me lembro como se fosse ontem desse dia. Era por volta das 15:30 quando eu te vi pela primeira vez.
Você deveria estar no parque às 14:00, foi esse o horário marcado com nossos amigos, todos já estavam mais do que cansados de te esperar, você se lembra? Achávamos que você nem iria aparecer mais.
Eu acho que nunca te contei isso, mas naquele dia eu senti uma inquietação estranha ao ouvir seu nome.
Han Jisung.
Foi incomum, afinal eu nunca havia te visto em lugar nenhum antes. Não era algo ruim, tão pouco bom, apenas era... algo.
Na época eu não entendi o motivo da minha curiosidade ao te ver, muito menos o aperto no meu coração ao te ouvir dizer que havia se atrasado apenas porque tinha dormido além da conta, eu só sabia que não acreditava naquelas palavras.
Enquanto todos riam e se enturmavam, a única coisa que prendia meus olhos era sua imagem sentada em um canto. Nos lábios você tinha um sorriso, ria do que diziam, mas em seus olhos não havia nada além de solidão.
Eu continuei sentindo tudo isso nas próximas vezes em que nos encontramos, aumentava cada vez mais. Eu olhava em seu rosto e sentia uma agonia estranha dentro de mim, uma voz gritava em minha cabeça que você precisava de ajuda de alguma forma.
Eu a ignorei.
Eu já tinha problemas demais, mal sabia lidar com os traumas deixados pela minha família. Eu não queria me aproximar e levar mais tristeza para sua vida e também não queria que você fizesse isso comigo. Eu não podia te ajudar, porque eu nem ao menos me ajudava.
Talvez esse tenha sido o meu primeiro erro.
Nos próximos meses eu tentei ao máximo evitar sua presença, evitar te encontrar. Quando me chamavam para sair a primeira coisa eu fazia era perguntar se você também estaria lá, isso se sucedeu por semanas. Eu não queria te ver e voltar a sentir aquilo, não queria precisar fazer algo, não queria ver sua expressão feliz sabendo que ela não era real.
Dezoito de dezembro de 2018. Eu estava andando rapidamente pelos corredores da escola quando senti alguém me encurralando na parede. No primeiro momento eu me desesperei, minhas mãos suavam e meu coração batia acelerado, eu esperava o pior.
Mas dor nenhuma se igualaria com a que eu senti ao escutar seu nome saindo pela boca do homem, que eu logo descobri ser seu melhor amigo. Ele me perguntou com uma expressão séria no rosto o que eu tinha contra ti. Ele me disse que todos haviam percebido o que eu estava fazendo, até mesmo você. Eu senti um bolo na minha garganta no momento em que o ouvi dizer que você estava mal por minha causa, eu quis contar, eu realmente quis esclarecer tudo, mas como eu explicaria algo daquele tipo?
Você não deveria se sentir mal por minha causa, eu deveria ser o único a me sentir daquela forma.
Pelo menos era o que eu pensava.
Eu realmente achei que te esqueceria naqueles meses e que aquele sentimento iria embora.
Não foi.
Eu te vi naquele mesmo dia. Seu rosto estava inchado, seus olhos levemente vermelhos e seu nariz entupido. Me disseram que você tinha um resfriado. Era mentira. Eu sabia.
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space (minsung)
FanfictionTudo o que você precisava era de espaço, tudo o que eu precisava era de você ao meu lado.