Oi pessoal, tudo bem?? :) É a minha primeira vez postando algo aqui no wattpad, peço que sejam gentis comigo (hehehe) e peço perdão pela capa, não sei como fazer algo lindinho e fiz o que consegui, hehe
(quem consegue adivinhar de onde eu tirei o nome da empregada?)
Boa leitura meus amores :)
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Jimin estava sem folego, Hilldegarth apertava aquele espartilho como se estivesse querendo espremer a vida de dentro do pequeno ômega. E talvez esse fosse seu objetivo, pensava o jovem; espremer a sua vida para fora como com sua irmã.
- Hilldegarth, pelo amor de Deus, eu sei que tenho que me passar por Taeyon, mas não - ah! - perderá o folego novamente – sei se quero ser tão fidedigno a ponto de ir ao t-túmulo!
O garoto sentiu um tapa sobre seu rosto e calou-se, lembrando de súbito sua situação naquela casa. Não deveria estar ali; como segundo nascido, era destinado a viver como empregado da mansão - nunca entenderia o que fazia os pais amarem o primogênito e odiarem o segundo filho - e de fato, havia tido essa vida por 17 anos, até o momento em que sua querida irmã falecerá devido a uma doença do pulmão. Grande infortúnio para a jovem, que era doce e amável.
Jimin não tivera a sorte em nascer bondoso como a menina, talvez por não ter sido ensinado como amar alguém ou a si mesmo; odiava a si, odiava sua casa e principalmente seus pais, que o colocaram nesta situação desagradável.
Teria de casar com o prometido de sua irmã, Jeon Jeongguk, um lorde de sabe se lá aonde. Sua irmã era prometida ao alfa desde que se entendia por gente, e mesmo que ela fosse uma beta, seria obrigada a se casar com o homem, que segundo boatos com fontes confiáveis - os criados eram grandes fofoqueiros, mas fofoqueiros com muita fonte – era cruel e impetuoso com aqueles que não seguiam suas vontades.
E Taeyon estava aterrorizada, completamente aterrorizada. Lembrava-se de sentir o mesmo que a irmã - a ligação de seus lobos era tão forte quanto a de uma marca pelo fato de serem gêmeos idênticos -, mas o receio era diferente do que sentia agora. Ela sentia medo de não agradar o lorde, de não ser suficiente para ele. Já os seus, eram de morrer nas mãos dele por conta da mentira que estava enfiado.
Não era segredo que a família de seus pais estava falindo e que estavam desesperados par ascender novamente; com Taeyon, tudo seria mais fácil, visto que era jovem, bela e muito bem educada. Casar a mesma com um homem rico e de nobreza não era e não foi definitivamente um trabalho complicado.
O problema é que ela perecerá em agosto, sonhando com o clima mais gélido e a neve branca no chão e agora em dezembro, quando as ruas estavam banhadas da água congelada, o casamento continuava em pé. E continuava por que vivia disfarçado de sua irmã.
Tinham os mesmos longos fios loiros e a mesma estrutura óssea diminuta. A sua mais flexível talvez por ser ômega. Ah, é mesmo, era ômega... O que valia mais para seus pais, que poderiam pedir um tributo maior e que agora, de repente, o amavam e não lembravam mais do cheiro de alecrim e limão fresco de sua amada irmã.
- Fique quieto, garoto. Não sabe o bem que seus pais fazem por lhe acolherem desta maneira e oferecerem a sua mão ao lorde Jeon. Esqueça o que ouviu dos criados, sinto seu cheiro de medo daqui garoto; ele não é um homem mal, talvez rígido... mas de rigidez você conhece muito e é ótimo em obedecer. Se mantenha assim e saíra completamente bem, seu abusado ingrato.
E Jimin chorou, enquanto sentia suas costelas se moverem e ficarem comprimidas – possuía uma cintura menor que a de sua irmã, agora que se enlaçava todos os dias sem falta, é claro, por desespero dos pais – sentindo seu coração quebrar. Rezava e implorava para sua doce irmã leva-lo para longe, leva-lo para perto de si.
Ficou sabendo da chegada do lorde na propriedade desde a manhã deste dia, e graças ao seu receio tremendo, a casa agora cheirava a baunilha e limão, um ótimo aromático, se não tivesse a pitada de pimenta. Sabia que seu cheiro ficava com toques diferentes com o que sentia e sabia que todos estavam cientes de seu horror, embora silenciados.
Tremia, sabia que tremia. Sua mãe observou a mesma coisa e não permitiu que segurasse a xícara com chá, podia apenas olhar e segurar as próprias mãos, torcendo para que o alfa não reparasse em seu medo exorbitante.
- Mr. e Ms. Park, o Lorde Jeon. - O cocheiro anunciou a entrada do homem e o cheiro embriagou Jimin, sentiu que se afogaria se o cheiro de pimenta e canela chegassem mais perto. Seu lobo se revirava dentro de si, fazendo parecer que seu peito explodiria naquele momento.
- Oh, lorde! Não sabe como é bom vê-lo! Veja Taeyon, não está bela, de fato? - A mãe sorria, torcendo que o garoto mantivesse a pose e encantasse o homem. Agradecia aos céus pela filha nunca ter se encontrado de fato com o prometido.
- Está majestosa. - O homem com olhos negros como um corcel observavam a figura diminuta sentada na sala, encantado com os fios loiros e rosto delicado, além do cheiro, ah! O cheiro desta moça o encantava, nunca havia sentido cheiro tão delicioso, embora fosse característico de ômegas o cheiro doce.
O lorde observava atento, assim como o ômega. Os fios e olhos negros remetiam para Jimin uma selvageria contida. A pele, leitosa e com várias pintinhas parecia perfeita para o clima frio dos meses que se seguiriam na cidade, assim como os ângulos do rosto. As mãos do homem eram fortes, mas não calejadas como um dia foram as suas, era óbvio que seu trabalho não envolvia maquinário manual.
Estava encantado, de fato. Era um belo homem, talvez o mais belo que vira algum dia em sua miserável vida. Mas sabia que os olhos selvagens escondiam uma rudeza sem igual, a voz soava como um milhão de tapas no rosto do menino; estava sentindo o pânico gritar em sua mente, notando então detalhes que saiam da beleza sobrenatural do alfa; os olhos, selvagens, eram analistas e debochados. Olhavam tudo mais de uma vez, com um grande descaso e asco.
Desesperou-se. Se casaria com este homem! Nunca teria a liberdade para ser a si mesmo novamente, quem sabe se sobreviveria? Agora ele poderia não fazer ideia, mas as núpcias eram depois do contrato de casamento estar assinado e o divórcio era apenas para anglicanos, hereges segundo a rainha – o lorde nunca arriscaria ter sua reputação manchada -, mas o casamento após a morte do esposo não era proibido. E seria morto, é claro que seria! Olhe a mentira que participava, era obviamente, muito diferente de sua irmã!
Não era uma donzela, poderia ser ômega, mas estava longe de ser a dama que a menina era, nunca fora criado para isso. Sua vida nos estábulos poderia ser um inferno, sentia que morreria de frio a cada noite que passava praticamente entrando embaixo dos animais para dormir, mas era livre. Era Park Jimin e não Park Taeyon. Era um homem, com coisas bem masculinas entre suas pernas.
Não conseguia ouvir mais nada ao seu redor e nem sabia o que estava acontecendo mais, se havia caído ou apenas paralisado. Apenas conseguia pensar que estava próximo de fato, de ser igual a sua irmã de uma vez por todas; deitar no leito eterno e nunca mais conseguir sair. Agitou-se, levantando em meio ao chá não tão agradável que ocorria, os olhos esbugalhados em puro terror; não conseguia, não poderia estar ali com aquele homem! Seu lobo gritava "fuja" e queria obedece-lo, queria seguir suas ordens autoritárias como nunca quis em toda a sua vida.
- Taeyon! Sente-se, que falta de educação! - A mãe Park ralhou, sentindo-se desconfortável com a falta de decoro do filho mais jovem.
Jimin olhou para a sala, desesperado por algum meio de sair dali, mas não esperava que encontraria os olhos de corcel daquele homem. Paralisou, hipnotizado pela força que ele impunha. O olhar era repreendedor, é claro. Sem um pingo de preocupação com a saúde mental da jovem e do lobo, Jeongguk ordenou e o lobo submisso obedeceu. Jimin não percebeu depois que seu corpo fora parar no chão, desfalecido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Andrógeno
RomanceJimin sentia que seu mundo todo estava desmoronando; casar com um lorde que aterrorizava sua falecida irmã e a si mesmo, tendo é claro, que se passar por Taeyon e rezar para todos os deuses que Jeon Jeongguk não descobrisse a mentira de seus pais.