Você é o meu sonho

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Quando pequeno, Akaashi gostava de imaginar que tipo de adulto ele se tornaria. Ficaria igual aos seus pais? Adultos assalariados, que trabalhavam apenas por obrigação, para sobreviver?

Ele não queria aquilo. Queria ganhar dinheiro com algo que amasse.

O mini Akaashi queria ser muitas coisas; Bombeiro, Astronauta, Professor. Na adolescência, ele chegou a cogitar virar jogador de vôlei profissional.

Mas ainda não era aquilo.

Ele amava o vôlei, mas depois do ensino médio, ele queria tentar outras coisas. Queria a experiência de uma faculdade. Foi a pior decisão da sua vida. Nem os treinos extras com Bokuto eram tão desgastantes. Mesmo assim, foi um dos momentos mais satisfatórios, tensos, mas satisfatórios da sua vida.

Foi quando Akaashi percebeu que tinha um sonho.

Um sonho que Bokuto abraçou com ele, o apoiando em todos os momentos.

Menos quando Akaashi levava trabalho para casa.

Akaashiiiee! — choramingou, abraçando o pescoço de Akaashi por trás, se debruçando sobre seu corpo. — Você tá aqui há horas! Vamos dar uma pausa.

Akaashi se limitou a olhar para ele, fazendo careta, antes de voltar ao trabalho.

— Meu trabalho não tem pausas, Koutarou.

Bokuto estremeceu, sentindo o tom gelado de Akaashi arrepiar sua pele. Seu primeiro nome apenas aparecia em conversas que rolava limites de estresse (ou limites de prazer, dependendo do contexto.)

No entanto, Bokuto não desistiu.

Ele apareceu minutos depois com uma jarra de café. Conseguindo como recompensa um sorrisinho e um beijinho no canto da boca. Porém, não foi o suficiente. Ele queria atenção, queria ser mimado.

O escritório de Akaashi era no quarto deles. Bokuto usou essa desculpa para ficar por ali também. Afinal, era seu quarto, Akaashi não podia expulsá-lo. Não de primeira tentativa.
Esparramado na cama, ele conseguia ver Akaashi trabalhar. Ele desenhava com cuidado, cada quadrinho bem pensado. Ora ele usava a mesa digital, ora usava o papel. Bokuto gostava de seu modo artista. Chegava a ser sexy toda aquela concentração e dedicação.

Bokuto choramingou. Ele queria arrastar Akaashi para a cama e acabar com o resto da energia dele, e depois o cobrir de amor e o colocar para dormir por 13 horas.

Rolou na cama, ficando de barriga para cima. Ele começou a resmungar.

— Akaashi — disse, repetindo o nome uma, duas, cinco vezes. Na sexta fez, Akaashi colocou seus fones de ouvido, no máximo. De onde estava, Bokuto conseguia ouvir Samatoki e Ichiro em uma batalha de rap. Ele fez biquinho, aceitando que estava sendo ignorado.

Akaashi viu o momento em que Bokuto saiu, emburrado e resmungando, da cama. Quando porta do quarto foi fechada com força, Akaashi tirou os fones. Suspirando.

Ele olhou para o computador e seus rascunhos e manuscritos espalhados pela mesa de escritório. O seu sonho em andamento. Ele não sonhava com grandeza, mesmo assim, ainda desejava ser reconhecido. Seja daqui a dez dias ou dez anos.

Mas antes disso, ele tinha outro sonho mais próximo. Sonho este que estava frustrado e carente. Akaashi riu baixinho, levantando e indo atrás de Bokuto.

Ele podia deixar o trabalho para amanhã.


Bom dia, meu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora