XIII

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No dia seguinte eu acordei, tomei banho, troquei de roupa, tomei meus remédios, peguei o celular e como sempre conferi o WhatsApp e não havia nenhuma notificação. Fui para a cozinha, tomei café da manhã e fui para a autoescola.

Quando cheguei em casa, fiz o almoço, preparei a marmita do Mathew, almocei e fui para o trabalho. E estava tudo indo normal, a tarde já estava quase indo embora, até que meu celular começou a vibrar e quando o peguei havia uma notificação de um número desconhecido. Abri a mensagem, comecei a ler e estava escrito:

Oi, amor. Sei que deve ter muitas coisas se passando pela sua cabeça, sei que provavelmente deve estar muito triste e chateado achando que eu sumi por causa do que me contou na mensagem. Eu preciso ser breve, pois peguei o celular de uma amiga do curso para te mandar essa mensagem. Eu sumi porque estou de castigo, minha mãe tomou meu celular já faz uma semana... Quem leu a mensagem foi ela porque achou a nossa conversa aberta no notebook (não esperava que ela fosse invadir minha privacidade) e fez um escândalo dizendo que não me queria namorando com um cara que tinha HIV e que ainda por cima era à distância, ela me fez te bloquear nas redes sociais e no WhatsApp. Ela me devolveu o celular hoje, mas disse que vai ficar monitorando o Whatsapp para que eu não tenha contato com você. Só que ela não pode e nem vai me impedir de ficar com quem eu quero e gosto, essa escolha é minha. Então eu não vou mais ter como falar com você por lá já que ela estará vigiando, por isso eu criei uma conta no Skype (euCatarinaLira) e lá poderemos conversar a vontade sem que ela encontre a conversa e surte novamente. Espero que me entenda, que me perdoe e que me chame logo lá porque estou morrendo de saudades de você, da sua voz e dos seus olhos que são meu alento. 💙

Meu coração estava batendo acelerado, em ritmo de escola de samba. Eu estava parado, olhando para o celular sem reação. Até que o Mathew chegou perto, me olhou e falou:

— Joseph, está tudo bem?

Respirei fundo e falei:

— Ela voltou, Math.

Entreguei o celular para ele, fui até o gela água, peguei um copo com água e bebi. Ele sorriu e falou:

— Isso é muito bom, ela está disposta a lutar por você.

O olhei e falei:

— Eu estou sem saber o que fazer.

Ele sorriu, me entregou o celular e falou:

— Baixa logo o Skype e vai falar com ela.

Peguei o celular, baixei o aplicativo, me cadastrei, adicionei aos contatos e falei:

Você está aí?

Eu estava sentindo frio na barriga, como da primeira vez e pouco tempo depois ela mandou:

Oi, meu amor. Que saudade.

Eu:

Oi, amor.

Muita saudade.

Achei que nunca mais teria contato com você e isso doeu tanto.

Ela:

Me perdoa, eu juro que eu tentei pegar meu celular de todas as formas, mas eu não consegui. E hoje quando ela me entregou eu tentei mandar a mensagem, mas eu estou sem crédito, então eu não consegui. Daí quando eu cheguei aqui na faculdade, eu consegui pegar o celular de uma colega de turma emprestado para te mandar SMS. E ainda bem que deu certo, eu já não aguentava mais.

O amor é um conto de falhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora